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segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Ar poluído pode ser gatilho no desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes

 A poluição do ar é o principal fator de risco ambiental do mundo e causa mais de nove milhões de mortes por ano. Uma nova pesquisa publicada no Journal of Clinical Investigation mostra que a poluição do ar pode desempenhar um papel no desenvolvimento de doenças cardiometabólicas, como o diabetes.

É importante ressaltar que os efeitos foram reversíveis com a interrupção da exposição. Os pesquisadores descobriram que a poluição do ar era um “fator de risco para um fator de risco” que contribuiu para o solo comum de outros problemas fatais como ataque cardíaco e derrame. Semelhante à forma como uma dieta pouco saudável e a falta de exercícios podem levar a doenças, a exposição à poluição do ar também pode ser adicionada a esta lista de fatores de risco.

“Neste estudo, criamos um ambiente que imitava um dia poluído em Nova Delhi ou Pequim”, disse Sanjay Rajagopalan, MD, primeiro autor do estudo, Chefe de Medicina Cardiovascular dos Hospitais Universitários Harrington Heart and Vascular Institute e Diretor do Instituto de Pesquisa Cardiovascular da Case Western Reserve University. “Concentramos partículas finas de poluição do ar, chamadas PM 2,5 (componente do material particulado <2,5 mícrons). Partículas concentradas como esta se desenvolvem a partir do impacto humano no meio ambiente, como escapamento de automóveis, geração de energia e outros combustíveis fósseis ”.

Essas partículas têm sido fortemente conectadas a fatores de risco para doenças. Por exemplo, os efeitos cardiovasculares da poluição do ar podem levar a ataques cardíacos e derrames. A equipe de pesquisa mostrou que a exposição à poluição do ar pode aumentar a probabilidade dos mesmos fatores de risco que levam a doenças cardíacas, como resistência à insulina e diabetes tipo 2. No estudo de modelo de camundongo, três grupos foram observados: um grupo de controle recebendo ar filtrado limpo, um grupo exposto ao ar poluído por 24 semanas e um grupo alimentado com uma dieta rica em gordura. Curiosamente, os pesquisadores descobriram que ser exposto à poluição do ar era comparável a comer uma dieta rica em gordura. Tanto a poluição do ar quanto os grupos de dieta rica em gordura mostraram resistência à insulina e metabolismo anormal – exatamente como alguém veria em um estado pré-diabético.

Essas mudanças foram associadas a mudanças no epigenoma, uma camada de controle que pode ativar e desativar com maestria milhares de genes, representando um buffer crítico em resposta a fatores ambientais. Este estudo é o primeiro de seu tipo a comparar as mudanças epigenéticas de todo o genoma em resposta à poluição do ar, comparar e contrastar essas mudanças com a ingestão de uma dieta pouco saudável e examinar o impacto da cessação da poluição do ar nessas mudanças.

“A boa notícia é que esses efeitos foram reversíveis, pelo menos em nossos experimentos”, acrescentou o Dr. Rajagopalan. “Uma vez que a poluição do ar foi removida do meio ambiente, os ratos pareceram mais saudáveis e o estado pré-diabético pareceu se reverter”.

O Dr. Rajagopalan explica que se você mora em um ambiente densamente poluído, tomar medidas como usar uma máscara N95, usar purificadores de ar internos portáteis, utilizar ar condicionado, fechar janelas de carro durante o trajeto e trocar filtros de ar de carro com frequência podem ser úteis em manter-se saudável e limitar a exposição à poluição do ar.

Os próximos passos desta pesquisa envolvem reunir-se com um painel de especialistas, bem como com o National Institutes of Health, para discutir a realização de ensaios clínicos que comparem a saúde cardíaca e o nível de poluição do ar no meio ambiente. Por exemplo, se alguém tiver um ataque cardíaco, deve usar uma máscara N95 ou um filtro de ar portátil em casa durante a recuperação?

O Dr. Rajagopalan e sua equipe acreditam que é importante abordar o meio ambiente como um fator de risco à saúde da população e continuar a pesquisar diligentemente essas questões. Os autores também observam que essas descobertas devem encorajar os legisladores a promulgar medidas destinadas a reduzir a poluição do ar.

Shyam Biswal, PhD, Professor do Departamento de Saúde Ambiental e Engenharia da Escola de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins, é o co-autor sênior do estudo. Drs. Rajagopalan e Biswal são co-PIs no subsídio do NIH que apoiou este trabalho.

Referência: Metabolic effects of air pollution exposure and reversibility. Sanjay Rajagopalan, Kasper D. Hansen, Shyam Biswal, August 11, 2020, J Clin Invest. 2020. https://doi.org/10.1172/JCI137315.

Fonte: https://www.ecodebate.com.br/2020/08/24/poluicao-do-ar-pode-influir-no-desenvolvimento-de-doencas-cardiovasculares-e-diabetes/

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Fumaça dos carros como fator de risco para diversas patologias



Anualmente inúmeras pessoas morrem em decorrência de complicações oriundas da poluição ambiental. A poluição por veículos é apenas uma das poluições e que tem suma importância na nossa saúde.

Segundo o maior pesquisador brasileiro em matéria de Poluição Atmosférica, o Médico e professor da USP, Dr. Paulo Saldiva, a poluição mata cerca de 12 pessoas por dia só em São Paulo. Mata mais idosos que jovens. Mata mais pobres que ricos. Quem mora na periferia e tem que esperar nos pontos de ônibus respira mais veneno do que quem está passando pelo ponto de carro soltando fumaça.

Pr complicar ainda mais a situação, a poluição em decorrência das fumaças emitidas por veículos,
agrava as mudanças climáticas o que ocasiona mais doenças. Gerando um ciclo.

Uma recente pesquisa feita pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada), evidenciou que esse tipo de poluição é um fator importante na saúde dos moradores das cidades e que a emissão de gás carbônico por veículos automotores aumentou 283% em 30 anos no Brasil.

Inúmeras são as doenças que podem ser ocasionadas por essa fumaça e a cada momento a ciência nos mostra estudos que correlacionam a poluição ambiental como fator de risco para diversas patologias.

Durante décadas a poluição ambiental ficou relacionada apenas a patologias das vias aéreas superiores e inferiores. Por exemplo: fator causal ou de piora de rinites, sinusites, desencadeamento de pneumonias, descompensação de pacientes portadores de Doença Pulmonar Obstrutitva crônica – DPOC (enfisema pulmonar e bronquite crônica), desencadeamento de crises asmáticas. Isso acontece, justamente pelo fato das vias áreas serem a via de entrada para os contaminantes presentes na fumaça.

Um estudo interessante publicado em 2011 em uma das revistas médicas mais renomadas “The Lancet”, sugeriu que a poluição poderia impedir que os pulmões de crianças crescessem normalmente, alcançando todo o seu potencial.

Em 2010 o laboratório de poluição atmosférica experimental da USP (Universidade de São Paulo), realizou uma pesquisa em 18 capitais e concluíram que todas essas cidades vêm sofrendo uma influência cada vez maior de poluentes na saúde de sua população, por causa do aumento da frota de carros.

Um estudo publicado na revista Circulation correlacionou a poluição do ar ao aumento da incidência de doenças cardiovasculares. Já um estudo interessante e recente, feito pelo British Heart Association, da Inglaterra, evidenciou que quanto maior a exposição à fumada de veículos maior o risco do indivíduo ter um infarto agudo do miocárdio.

Outro estudo publicado agora em 2011 mostrou que a exposição crônica à fumaça de veículos leva a uma diminuição na capacidade de aprendizagem e memória em ratos que foram expostos ao ar poluído por 15 horas por semana durante 10 semanas. De acordo com os pesquisadores, foram encontrados “sinais de inflamação associados ao envelhecimento precoce e à doença de Alzheimer”.

O aumento da prevalência do Diabetes Mellitus também pode estar relacionado a partículas finas decorrentes da poluição atmosférica, foi o que mostrou um recente estudo publicado na Diabetes Care.

Outro estudo evidenciou alterações na pressão arterial, níveis de lipídios e marcadores inflamatórios de indivíduos expostos à um ar poluído.

Mas e aí, qual a solução ?

Isso é algo que os governantes em ação conjunta com o ministério da saúde e pesquisadores da área deverão buscar. Não só pelas doenças em si ocasionadas, mas pelos gastos que ocorrem, dinheiro este que poderia ser empregado em outras áreas da saúde.

A melhoria do sistema de transporte público e aumentar o número de ciclovias é uma opção, já que está bem estabelecido que o aumento da frota de carros eleva a produção de fumaça e com isso problemas de saúde.

As produtoras de combustíveis devem tentar produzir substâncias que durante a combustão, lancem produtos menos tóxicos no ar das cidades.

As montadoras deveriam procurar lançar filtros de combustíveis mais eficientes, além de motores menos poluentes, busca por fontes renováveis de energia, fabricação de carros elétricos...

Cada cidade deveria implantar a inspeção veicular. Esta seria hoje o principal projeto de saúde pública no Brasil. Com isso os carros desrregulados seriam retirado de circulação e auxiliariam a reduzir o que denominam de “fumaça preta”.

Bibliografia:
  1. http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/videos-veja-entrevista/paulo-saldiva-medico-especialista-em-poluicao-atmosferica/
  2. http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=10551&Itemid=7
  3. http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/8803
  4. http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/8806
  5. http://circ.ahajournals.org/content/109/21/2655.full
  6. http://care.diabetesjournals.org/content/33/10/2196.abstract
  7. http://circ.ahajournals.org/content/121/25/2755.full
  8. http://oem.bmj.com/content/68/1/64.abstract
  9. http://bloodjournal.hematologylibrary.org/content/118/9/2405.abstract
  10. http://ehp03.niehs.nih.gov/article/info%253Adoi%252F10.1289%252Fehp.1002973&usg=ALkJrhguVaqg1NgdpoNX_M_g-ivmR2qTqg

terça-feira, 21 de junho de 2011

Exposição a longo prazo à poluição do ar é fortemente ligada a asma não controlada

Exposição a longo prazo à poluição do ar é fortemente ligada a asma não controlada, sugere pesquisa publicada online no Journal of Epidemiology and Community Health. As descobertas realizadas se confirmaram independentemente de fatores de risco tradicionalmente associados com a piora da asma, como o peso, tabagismo e uso de corticosteróides inalados.

Sabe-se que a poluição atmosférica tem um papel no agravamento dos sintomas respiratórios, incluindo aumento do uso de medicamentos e admissões hospitalares, mas não era claro se havia algum efeito da poluição do ar a longo prazo no controle da asma.

Os pesquisadores baseiam suas conclusões no estudo de 501 adultos com asma ativa que completaram um questionário detalhado sobre a saúde respiratória, entre 2003 e 2007.

Os pesquisadores calcularam os níveis de ozônio (O 3 ), óxido nitroso (NO 2 ) e partículas (PM 10 ) que cada participante teria sido exposto em seu endereço residencial, usando dados do Instituto Francês do Meio Ambiente.

O controle da asma foi medido de acordo com os sintomas, ataques de asma e função pulmonar ou FEV1.

Menos da metade (44%) dos 481 pacientes asmáticos, cuja a informação sobre os níveis de poluentes estava disponível, tinha asma bem controlada.

Níveis de ozônio e partículas foram fortemente associados com pior controle da asma, com a exposição a longo prazo ao ozônio conferindo um risco 69% maior de asma não controlada, e à partículas aumentando o risco em 35%.

Ambos os poluentes foram associados com cada uma das três medidas utilizadas para avaliar o controle da asma.

"Nossos resultados indicam que tanto as concentrações de ozônio e de partículas no ambiente comprometem o controle da asma em adultos ", concluem os autores, acrescentando:". Os resultados são robustos "

Fonte: www.jech.bmj.com

quinta-feira, 10 de março de 2011

Estudo inédito na Europa mede impacto da poluição sobre a saúde

A poluição atmosférica reduz a expectativa de vida dos europeus, provoca asma entre as crianças e bronquite crônica e doenças cardiovasculares entre os maiores de 65 anos, e custa bilhões de euros à sociedade. Mas, entre os moradores de Bucareste, que são os menos favorecidos, e os de Estocolmo, onde o ar é mais puro, a situação não é a mesma. Essas são as conclusões, em parte inéditas, de um programa europeu chamado Aphekom, que mobilizou durante três anos cerca de sessenta pesquisadores em 12 países e 25 cidades, envolvendo no total 39 milhões de habitantes, cujos primeiros resultados foram divulgados na quarta-feira (2). Reportagem de Gaëlle Dupont, em Le Monde.

“Esses números mostram que, apesar das medidas de combate, a poluição do ar continua sendo uma questão séria de saúde pública na Europa”, comenta Sylvia Medina, epidemiologista no Instituto de Vigilância Sanitária (InVS), coordenadora do estudo. A rede, constituída de cientistas voluntários, é relativamente representativa, com a exceção notável da Alemanha, onde nenhum estabelecimento quis participar.

Os pesquisadores calcularam, a partir de medições de poluição efetuadas nas 25 cidades escolhidas e dos dados publicados na literatura científica, os ganhos potenciais de expectativa de vida entre a população com mais de 30 anos se a poluição pelas partículas finas fosse reduzida em toda parte para 10 microgramas por metro cúbico (#g/m3)em média anual, o valor defendido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). As partículas finas de tamanho inferior a 2,5 mícrons (PM2,5) penetram profundamente no organismo, afetando as vias respiratórias e o coração.

Os resultados, que permitem ler implicitamente as perdas de expectativa de vida associadas à poluição, são impressionantes. O excesso de partículas finas – emitidas especialmente pelos veículos a diesel e pelas fontes individuais e coletivas de aquecimento – reduz em quase dois anos em média a expectativa de vida dos habitantes de Bucareste, e em quase seis meses a dos parisienses. Isso não acontece em Estocolmo, onde a poluição está dentro das normas da OMS.

Em uma segunda parte do estudo realizado em dez cidades (entre elas Barcelona, Bruxelas e Roma), os epidemiologistas Nino Künzli e Laura Perez avaliaram pela primeira vez o impacto da poluição atmosférica ao levar em conta seu papel de desencadeador de doenças crônicas, e não unicamente de fator agravante. O fato de que em média 50% da população vive nas proximidades de um eixo rodoviário bastante movimentado (mais de 10 mil veículos ao dia) seria responsável por 15% dos casos de asma entre os menores de 17 anos, por 23% das bronquites crônicas e por 25% das doenças cardiovasculares entre os maiores de 65 anos. Um valor de 10 mil veículos ao dia é “frequentemente atingido nas grandes cidades”, afirma Karine Léger, engenheira da Airparif, o organismo de vigilância da qualidade de ar na região de Ile-de-France. O tráfego chega em média a 270 mil veículos por dia na periferia parisiense e a 20 mil veículos na rua de Rivoli.

Pela primeira vez nessa escala, está sendo avaliado o impacto econômico da poluição. O custo do impacto das partículas finas é estimado em 31,5 bilhões de euros anuais. A avaliação leva em conta sobretudo a hospitalização dos doentes e os dias de trabalho perdidos. “É um custo elevado, que recai diretamente sobre os sistemas de saúde”, ressalta Olivier Chanel, do CNRS. “O interesse em reduzir os níveis médios de exposição é considerável”. Ora, embora tenham sido feitos progressos em certas moléculas, como o dióxido de enxofre, a poluição por partículas finas não tem baixado.

Sob pressão dos novos membros da União Europeia, um valor limite muito elevado de 25#g/m3 foi estabelecido na União. Esse valor poderá ser revisto para baixo em 2020, após uma avaliação em 2013. Na França, o estabelecimento de uma norma obrigatória de 15#g/m3 em 2015, prevista pela Grenelle do meio ambiente, foi substituído por um valor meta de 20#g/m3 (um nível raramente ultrapassado no país), acompanhado de uma “meta de qualidade” não obrigatória de 10#g. Nos Estados Unidos, o valor-limite é de 15#g, na Austrália é de 10.

Valores-limite em queda

Ninguém duvida que os resultados da Aphekom serão muito comentados na França, num momento em que Bordeaux, Lyon, Grenoble, Nice, Clermont-Ferrand, Aix-en-Provence e Plaine Commune (Seine-Saint-Denis) são voluntárias, a pedido do ministério do Meio Ambiente, para experimentar as zonas de ação prioritárias para o ar (ZAPA), e proibir seu acesso aos veículos mais poluentes em 2012. Após um tumultuoso debate, um pedágio urbano também foi possibilitado pela lei Grenelle 2, para os municípios voluntários com mais de 300 mil habitantes. Ora, cidades como Estocolmo e Londres, onde a poluição é controlada, já o implementaram.

Os poderes públicos não são os únicos preocupados com esse estudo, Medina faz questão de lembrar. Todos podem limitar os riscos, ficando longe dos motores que rodam parados, não abrindo as janelas nos horários de pico, andando pelas ruas de pouca circulação, e fazendo um “uso mais racional” dos meios de transporte.

Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2011/03/10/estudo-inedito-na-europa-mede-impacto-da-poluicao-sobre-a-saude/

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Poluição do ar provoca mais ataques cardíacos do que cocaína

A poluição do ar causa mais ataques cardíacos do que o uso de cocaína. Segundo estudo divulgado nesta quinta-feira, também provoca um risco maior de infarto do que o álcool, o café e exercícios físicos.

Sexo, raiva, uso de maconha e infecções respiratórias também podem causar ataques cardíacos em diferentes graus, de acordo com os pesquisadores, mas a poluição do ar, especialmente durante o trânsito, é a principal culpada.

Os resultados, publicados na revista "Lancet", sugerem que os fatores que afetam a população em geral, como o ar poluído, devem ser levados mais a sério e colocados em contexto ao lado de riscos mais elevados ao coração, mas relativamente mais raros, como o uso de drogas.

Tim Nawrot da Universidade de Hasselt, na Bélgica, que liderou o estudo, disse que esperava que suas descobertas também incentivassem os médicos a pensar com mais frequência sobre os riscos do nível populacional.

"Os médicos estão sempre olhando individualmente para os pacientes --e os fatores de baixo risco podem não parecer importantes para o indivíduo, mas se eles são prevalentes na população, então passam a ter uma relevância maior para a saúde pública", disse ele em entrevista por telefone.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) descreve a poluição do ar como "um sério risco ambiental para a saúde" e estima que causa cerca de 2 milhões de mortes prematuras a cada ano em todo o mundo.

A equipe de Nawrot combinou dados de 36 estudos distintos e calculou o risco relativo representado por uma série de causas de ataques de coração e sua fração atribuída à população.

O maior risco foi a exposição ao trânsito, seguido por exercícios físicos, álcool, café, poluição atmosférica, e então raiva, sexo, uso de cocaína, maconha, tabagismo e infecções respiratórias.

"Das causas que levaram a um ataque cardíaco estudadas, a principal é a cocaína, mas o trânsito tem um efeito maior na população pois as pessoas estão mais expostas a ele", escreveram os pesquisadores.

Um relatório publicado no ano passado constatou que a poluição do ar em muitas grandes cidades na Ásia ultrapassam as diretrizes de qualidade do ar da OMS e que os poluentes tóxicos resultam em mais de 530.000 mortes prematuras por ano.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/880479-poluicao-do-ar-provoca-mais-ataques-cardiacos-do-que-cocaina.shtml