Entretanto, sempre que ouço essa frase respondo: Reação a tudo é impossível.
Mas afinal, quais intolerâncias alimentares existem? Como diagnosticá-las? Quais os tratamentos disponíveis e com boa evidência científica?
A razão desse post em conjunto com meus 2 nutricionistas é devido a ignorância de alguns colegas sobre o tema. E não falo ignorância em tom pejorativo, mas sim, ignorância fruto do tema não ser estudado e difundido.
Investigar intolerância alimentar, muitas vezes demandará:
- Tempo e escuta ativa: quando o paciente relata múltiplas intolerâncias o diagnóstico não se fecha apenas com 2 ou 3 consultas. As vezes vai 1 a 2 anos para detectarmos os alimentos realmente problemáticos.
- Uma série de exames que na maioria das vezes os planos não cobrem: teste de hidrogênio expirado para vários carboidratos, teste de atividade da Diaminooxidase (DAO)
- Trabalho duplo detetive, no qual eu e meus nutricionistas excluímos alguns alimentos e depois reexpomos de forma programada, como prova terapêutica.
- Muita autopercepção do paciente e disciplina, para colaborar com a investigação, diagnóstico e tratamento.
- Intolerância à Lactose
- Intolerância à Frutose
- Intolerância à Histamina: A histamina é uma amina biogênica heterocíclica presente em diversos alimentos ou produzida por atividade da microbiota intestinal. A intolerância à histamina ocorre especialmente pela deficiência de diamina oxidase (DAO), enzima chave para a degradação de histamina no epitélio intestinal. Até o momento, sabe-se que a deficiência de DAO pode estar relacionada a fatores genéticos, farmacológicos ou patológicos (desordens inflamatórias, degenerativas e intestinais). Uma hipótese recente sugere que alterações na diversidade da microbiota intestinal podem contribuir para o desenvolvimento de intolerância à histamina.
- Intolerância a Fructanos (Inulina e FOS): são polímeros de carboidratos que incluem cadeias curtas de unidades de frutose com glicose. São representados principalmente pela:
- Inulina, uma fibra prebiótica solúvel.
- Sensibilidade não celíaca ao glúten
- Intolerância a Galactanos ou Galactooligossacarídeos (GOS) que se subdividem em:
- Rafinose: um trissacarídeo que pode ser hidrolisado em sacarose e galactose pela enzima α-galactosidase
- Estaquiose: um tetrassacarídeo que pode ser hidrolisado em frutose, galactose e glicose pela enzima α-galactosidase
- Verbascose: um pentassacarídeo que pode ser hidrolisado em frutose, galactose e glicose pela enzima α-galactosidase
- Intolerância aos Polióis:
- Xilitol
- Maltitol
- Sorbitol
- Manitol
- Intolerância à Sacarose
- Intolerância à Xilose
- Intolerância à Salicilatos
- Intolerância à Cafeína
- Intolerância a aditivos alimentares: tartrazina, benzoatos, sulfitos
- O corpo não consegue quebrar aquela substância (ex. Intolerância a lactose por déficit de lactase)
- Ou o corpo não tem transportador para aquela substância, levando a uma não absorção da substância (ex. Intolerância à frutose).
- Nutrientes
- Substâncias tóxicas,
- Fármacos
- Contaminantes químicos
- Bactérias
- Fungos
- Decorrente de deficiência enzimática
- Dor abdominal
- Inchaço e distensão abdominal
- Gases
- Sensação de indigestão
- Empachamento
- Eructação (arrotos)
- Náuseas
- Vômitos
- Constipação (intestino preso)
- Diarreia
- Prurido (coceira) oral, faríngeo e anorretal
- Dor de cabeça e enxaqueca
- Prurido no corpo
- Coriza
- Obstrução nasal intermitente
- Aumento da produção de muco
- Tosse
- Pirose (queimação)
- Refluxo
- Aumento da temperatura corporal
- Rubor facial
- Lacrimejamento
- Piora da apnéia
- Brain Fog (névoa mental)
- Fadiga
- Aumento da atividade mastocitária (Síndrome de ativação mastocitária)
- Diminuição da acuidade visual
- Vertigem
- Zumbido
- Intolerância à lactose
- Supercrescimento bacteriano do intestino delgado levando ao surgimento de intolerância aos FODMAPS
- Intolerância à rafinose e estaquiose
- Intolerância à frutose
- Intolerância aos fructanos
- Intolerância aos galactanos
- Fármacos antiespasmódicos, antibióticos, antiflatulentos, analgésicos
- Probióticos com cepas específicas para determinada intolerância. Aqui vale um adendo, é muito comum os pacientes estarem usando probioticos e os sintomas agravarem. Sendo assim, retiramos os probióticos logo na primeira consulta. Isso ocorre comumente na SIBO.
- Ou Fitoquímicos: apesar de as evidências serem fracas. Sendo assim, na nossa prática raramente prescrevemos fitoterápicos para esses casos, preferimos incorporar alguns alimentos à dieta do paciente. óleo de orégano, dente de leão, carqueja, berberina são fitoterápicos com literatura controversa. Assim como óleos essenciais.