sexta-feira, 28 de julho de 2017

Nota de Esclarecimento da Sociedade Brasileira de Cardiologia - Colesterol e consumo de gorduras

Nota de Esclarecimento da Sociedade Brasileira de Cardiologia

Considerando informações infundadas divulgadas nas últimas semanas que contrariam o conhecimento científico atual sobre o papel de algumas gorduras na saúde cardiovascular, o Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia e a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo comunicam oficialmente que:

1-Não há dúvidas sobre o papel do colesterol sanguíneo como fator de risco independente para doenças cardiovasculares, fato comprovado por estudos experimentais, epidemiológicos, genéticos e de intervenção. O adequado controle do colesterol é recomendado por diretrizes nacionais e internacionais de sociedades médicas, de nutrição, órgãos governamentais e a Organização Mundial da Saúde.
2-A dieta influencia nos valores do colesterol do sangue, sendo que a alimentação adequada faz parte de qualquer estratégia de prevenção das doenças cardiovasculares.
3-Padrões nutricionais em que há baixo consumo de açúcar, ausência de gorduras trans, baixo consumo de gorduras saturadas, consumo adequado de gorduras mono e polinsaturadas, grãos integrais, fibras, frutas, hortaliças e adequado consumo de sódio associam-se em estudos epidemiológicos e de intervenção com diminuição do risco de problemas cardiovasculares como infartos do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais.
4-Alimentos que aumentam as concentrações do colesterol no sangue devem ser consumidos com parcimônia visando a prevenção da doença cardiovascular.
5-Até o momento não há evidência científica robusta que justifique a mudança nas recomendações vigentes sendo que enfatiza-se o consumo de quantidades adequadas de óleos de soja, canola e oliva para manutenção adequada dos valores do colesterol do sangue. Não se recomenda o consumo rotineiro da gordura do coco para prevenção da obesidade ou das doenças cardiovasculares.
6-À medida em que novas evidências de boa qualidade científica forem produzidas, as recomendações podem ser modificadas.

Dr. José Rocha Faria Neto
Presidente do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia
Dr. Francisco Antonio Helfenstein Fonseca
Presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

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