terça-feira, 29 de novembro de 2016

Alimentos que podem ajudar a prevenir o diabetes mellitus por Dr. Mateus Severo

Vídeo feito por um amigo muito estudioso, Dr. Mateus Severo (médico endocrinologista e futuro nutrólogo). Vale a pena curtir a página dele no facebook: https://www.facebook.com/drmateusendocrino/?hc_ref=NEWSFEED

domingo, 27 de novembro de 2016

Melatonina ajuda a regular o sono: conheça os benefícios e contraindicações

Depois de anos de espera, no fim de outubro a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou, parcialmente, a comercialização de melatonina --o "hormônio do sono"-- no Brasil. No momento, apenas uma empresa, a Active Pharmaceutica, recebeu permissão para importá-la e vendê-la a farmácias de manipulação. Para quem não sabe, a melatonina é produzida no escuro pela glândula pineal --localizada na parte central do cérebro-- e, assim que o corpo a reconhece, assimila que é hora de dormir.

“Por isso, se você estiver em um local iluminado, mesmo que pela luz emitida pela televisão, computador ou celular, a produção diminuirá e o organismo receberá o recado de que ainda é dia”, explica Bruno Halpern, endocrinologista e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Como resultado, o relógio biológico fica desregulado e todos os demais hormônios param de funcionar corretamente, causando não só distúrbios de sono, como também uma série de problemas à saúde. Entre eles, obesidade, diabetes, envelhecimento precoce e hipertensão.

Quando tomar?

Na maioria das vezes, a melatonina é indicada para trabalhadores noturnos, que precisam dormir em horários alternativos, ou para quem tem uma rotina fora do comum. É o caso da paranaense Raissa Pestana, 25, relações públicas, que começou a tomar a substância há cerca de três meses, por recomendação de sua endocrinologista. “Praticava atividades físicas à noite e fazia plantões no trabalho às seis da manhã. Meu corpo não entendia essa rotina e meu sono era muito instável. Falei com minha médica, fiz exames e ela me receitou a quantidade de melatonina adequada. Passei a dormir melhor e ganhei mais disposição no dia a dia”, conta.

Aqueles que sofrem com o incômodo “jet lag” (alteração do ritmo biológico após mudanças do fuso horário em longas viagens de avião) também podem fazer uso. “Ela ainda pode ser indicada para melhorar o bem-estar de pacientes portadores de doenças que diminuem a produção do hormônio, como Alzheimer, Parkinson, autismo e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade”, recomenda José Cipolla Neto, professor do departamento de fisiologia do ICB-USP (Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo) e um dos maiores pesquisadores de melatonina no Brasil, com diversos artigos publicados sobre o tema. Gestantes e mulheres que desejam engravidar ou que estejam fazendo tratamento à base de estrogênio devem ficar longe da substância, uma vez que ela tem um leve efeito inibidor do hormônio feminino.

Se você não se enquadra nos casos citados, dificilmente precisará ingeri-la. E vale enfatizar: uma simples dificuldade para dormir não é suficiente para tomá-la, pois é preciso que exames solicitados por endocrinologistas ou médicos do sono comprovem sua deficiência. “Se a pessoa não tiver uma necessidade médica e, mesmo assim, fizer uso, o organismo sairá do ritmo e as consequências serão graves. Ela pode desenvolver distúrbios metabólicos e imunológicos sérios”, garante Cipolla Neto. Outros problemas desencadeadores da falta de sono, como depressão e ansiedade, também não podem ser tratados com a substância. “A melatonina vai funcionar para dormir se o problema de base for a falta do hormônio. Se você dorme mal por depressão, por exemplo, não fará efeito e precisará de outro tipo de medicamento”, explica Halpern.

Prescrição médica

A automedicação é uma realidade nos países em que sua comercialização é autorizada. O empresário Ricardo Vitay, que mora no Canadá, ingeriu melatonina pela primeira vez para aliviar os efeitos do “jet lag” e decidiu incluí-la na rotina para dormir melhor.

“Na cidade onde moro, ela é encontrada facilmente em farmácias e supermercados, sem necessidade de prescrição médica”, conta Vitay. Halpern alerta para o perigo da ingestão sem orientação de um especialista. “A automedicação é um erro grave. O horário e a dose dependem muito do quadro do paciente. A venda indiscriminada é reprovável e deve ser proibida”, salienta.

Segundo Bruno Halpern, é exatamente por essa falta de consciência dos pacientes e dos médicos que a substância ainda não foi totalmente liberada pela Anvisa. “A melatonina passou a ser receitada para qualquer coisa.” Em comunicado, a agência reguladora declarou que a análise minuciosa e a adoção de critério rigorosos para a liberação têm exatamente como objetivo “estabelecer a segurança” em relação à utilização do hormônio.

“Melatonin madness”

O primeiro registro da existência da melatonina foi feito em 1958, pelo dermatologista norte-americano Aaron Lerner. Nas décadas de 1960 e 1970, deu-se início à sua comercialização, mas o verdadeiro “boom” nas vendas aconteceu vinte anos depois. “Na década de 1990, foi observado um grande estouro nas vendas, o que apelidamos de ‘melatonin madness’ (“febre” da melatonina, em tradução livre para o português), lembra Cipolla Neto.

Além da melhora no sono, um dos motivos para o consumo, nos anos 90, era seu efeito antienvelhecimento ("baseado em experimentos questionáveis, vale ressaltar”, diz Cipolla Neto). Segundo o estudioso, a ingestão do hormônio deve ser feita somente diante de prescrição e jamais por motivos estéticos

Fonte: http://estilo.uol.com.br/vida-saudavel/noticias/redacao/2016/11/23/melatonina-ajuda-a-regular-o-sono-conheca-os-beneficios-e-contraindicacoes.htm

terça-feira, 22 de novembro de 2016

A dieta vegetariana é realmente saudável? Por Dr. Sergio Simon

Os vários tipos de dieta vegetariana tornaram-se mais difundidos após a II Guerra Mundial. Nas últimas décadas, a proporção de pessoas que se declaram vegetarianas tem aumentado significativamente nos Estados Unidos e também no Brasil. Nos Estados Unidos, os últimos cálculos mostram que cerca de 5% das pessoas se declaram vegetarianas, e 2% são estritamente veganas.
De um modo geral, vegetarianos são pessoas que não consomem carne, peixe ou frango. Alguns consomem carne muito raramente, uma a duas vezes por mês, e são chamados “semivegetarianos”. Muitos, entretanto, comem regularmente ovos e usam leite e seus derivados : são os ovolactovegetarianos. Há variações dessa dieta: alguns não comem carne vermelha ou branca, mas aceitam refeições à base de peixes “pescovegetarianos”. Já os veganos constituem o grupo mais estrito: não consomem carnes nem peixes e também não usam ovos, leite e laticínios. Sua dieta é estritamente de origem vegetal.

Há várias razões para seguir uma dieta vegetariana: desde religiosas, como parte dos adventistas, até por problemas de consciência (não alimentar-se de animais vivos e de suas proteínas), ou até mesmo ditadas pela vontade de manter uma dieta mais natural e talvez mais saudável.

Mas a dieta vegetariana ou vegana é realmente mais saudável do que a dieta geral da maioria da população, não vegetariana? Teriam os vegetarianos menos doenças e talvez maior longevidade?
Muito do que se sabe a respeito vem de vários estudos observacionais, principalmente dos Estados Unidos e Inglaterra. Os principais são os que foram realizados pela Igreja Adventista do Sétimo Dia americana. Um primeiro estudo analisou 23 000 fiéis durante dezesseis anos, coletando dados sobre suas dietas, doenças e mortalidade. Um segundo estudo, ainda maior, investigou a incidência de doenças e a mortalidade em 34 000 pessoas ao longo de doze anos. Finalmente, um gigantesco estudo (chamado de AHS-2), seguindo 100 000 pessoas nos Estados Unidos e Canadá, foi iniciado em 2 002, e continua coletando dados até os dias de hoje. A Universidade de Oxford realiza atualmente um grande trabalho com populações vegetarianas.

E o que mostram essas pesquisas? No caso do AHS-2 a população analisada de 100 000 pessoas era constituída de 48% de não vegetarianos, 6% de semivegetarianos, 10% de pescovegetarianos, 28% de ovolactovegetarianos e 8% eram veganos puros. Constatou-se que os vegetarianos tinham 2-4 pontos a menos no índice de massa corporal (IMC), um importante indicador de peso e de saúde cardiovascular, quando comparados aos não vegetarianos. Eles tinham também risco 55% menor de ter pressão alta, 25% menor de desenvolver diabetes tipo 2 e 50% de probabilidade de desenvolver síndrome metabólica (um conjunto de alterações metabólicas considerado como um risco cardiovascular importante).

A diminuição do risco de câncer foi relativamente modesta: no total, apenas 8% a menos entre os vegetarianos. Chama atenção, entretanto, que no caso específico do câncer de intestino, um tumor bastante comum, a diminuição chegou a 50%.

Quanto à mortalidade, os vegetarianos tiveram uma queda de 10% a 20% a 20%, verificando-se em especial uma redução de 25% das mortes por problemas cardíacos.

É difícil avaliar as diferenças entre os vários tipos de dieta vegetariana, mas aparentemente o grupo dos veganos estritos foi o que teve maior benefício em termos de menor índice de massa corporal, hipertensão, diabetes, derrame cerebral e morte cardiovascular. O provável motivo seria a grande quantidade de fibras, antioxidantes, grãos integrais, soja e nozes da sua dieta, uma vez que esses elementos sabidamente estão associados aos índices de colesterol, gorduras, diabetes e alguns tipos de câncer.

Mas a dieta vegana não é sem riscos: faltam nela quantidades adequadas de vitamina B12, de cálcio e de proteínas. Outros estudos notaram que os veganos têm 30% a mais de fraturas ósseas e uma incidência alta de deficiência de vitamina B12, que pode levar a problemas neurológicos e cardiovasculares. Assim, idealmente a dieta vegana teria de ser adequada para incluir esses nutrientes, através do uso de suplementos alimentares.

Em suma, os vários estudos mencionados são bastante parecidos em seus resultados: as dietas vegetarianas reduzem o índice de massa corporal e a incidência de diabetes, hipertensão, eventos cardiovasculares e alguns tipos de câncer. A dieta totalmente vegana parece ser a mais protetora, apesar de conter algumas deficiências alimentares importantes, que devem ser corrigidas com suplementos. Entretanto, na sociedade moderna, manter uma dieta totalmente vegana, ou até simplesmente vegetariana, enfrenta obstáculos práticos no dia a dia. É grande a oferta de produtos não vegetarianos no mercado e nossa cultura culinária brasileira dá muito valor às carnes, ao leite e aos ovos. A decisão de seguir qualquer tipo de dieta é uma decisão pessoal, que acarreta compromissos, mas que pode ter recompensas médicas significativas.

Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/a-dieta-vegetariana-e-realmente-saudavel/

Os homens estão menos férteis, revela estudo. A culpa… é do estilo de vida

As mudanças no estilo de vida dos homens, que vêm ocorrendo nos últimos anos, reduziram a qualidade e a quantidade de espermatozoides produzidas. O resultado é uma queda na sua taxa de fertilidade. Foi isso que comprovou pesquisa feita pelo Fertility Medical Group em um trabalho publicado no International Brazilian Journal of Urology.

O resultado é uma queda na sua taxa de fertilidade. Foi isso que comprovou pesquisa feita pelo Fertility Medical Group em um trabalho publicado no International Brazilian Journal of Urology.
O estudo foi feito com 2.300 homens, em duas épocas: entre os anos 2000 e 2002 e entre 2010 e 2012. Separados por uma década, todos tinham problemas de fertilidade. Os resultados mostraram que, no primeiro período, o número total de espermatozoides no ejaculado caiu de 183 milhões para 82,8 milhões. Também, número de espermatozoides por mililitro de sêmen ejaculado era de 61 milhões caindo para apenas 27 milhões. Uma queda bastante expressiva.

O mesmo ocorreu em relação à sua forma. Do total de espermatozoides contidos em uma ejaculação, apenas uma porcentagem muito pequena é viável, cerca de 4%. Na amostra do primeiro período, a média era de 4,6%. Uma década depois, caiu para 2,7%.

Outro dado da pesquisa que chamou atenção no estudo foi que, há dez anos, o número de homens com oligozoospermia (diminuição do número de espermatozoides) correspondia a 16% dos participantes. Dez anos depois, aumentou para 30%. Já aqueles com azoospermia (sem espermatozoides) cresceu de 5% para 8,5%. Seguramente, os fatores responsáveis por esses números foram o atual estilo de vida e a exposição cada vez mais frequente a ambientes tóxicos.

Mas o que os homens podem fazer para mudar esse quadro? Melhorar a alimentação, fazer exercícios físicos, controlar o peso, evitar ou reduzir o stress, não usar drogas, como o cigarro e o álcool.

Outros fatores que infelizmente parecem não ter solução são: poluição ambiental, contaminação da água, irradiação etc.. Essas situações comprometem a função testicular na produção de espermatozoides.

Portanto, façam a sua parte, melhorando seus hábitos e tendo uma melhor qualidade de vida.


Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/os-homens-estao-menos-ferteis-revela-estudo-a-culpa-e-do-estilo-de-vida/

sábado, 19 de novembro de 2016

Dieta mediterrânea é melhor ‘antídoto’ contra obesidade, dizem cientistas



Uma dieta mediterrânea é mais eficiente para combater a obesidade do que a simples contagem de calorias, afirmam cientistas. Eles acrescentam que esse tipo de dieta reduz o risco de ataques cardíacos e derrames.

Além disso, na opinião desses especialistas, uma alimentação baseada em frutas, legumes, verduras e cereais seria mais eficiente para a perda de peso do que dietas com baixa ingestão de gordura.

A recomendação foi feita por meio de uma declaração conjunta publicada na revista científica PMJ (Postgraduate Medical Journal, na sigla em inglês) e assinada por nomes de peso como o presidente da Academy of Medical Royal Colleges do Reino Unido, Terence Stephenson, e Mahiben Mara, alto funcionário do NHS (National Health Service, o SUS britânico).

No abaixo-assinado, os especialistas criticaram a indústria da dieta por focar a perda de peso na restrição calórica em vez da "boa alimentação".

Melhor do que remédio

Segundo eles, pesquisas indicam que a dieta mediterrânea, incluindo frutas, legumes e verduras, cereais e azeite de oliva, reduz rapidamente o risco de ataques cardíacos e derrames e permitem uma perda de peso mais gradativa a longo prazo.

O autor do abaixo-assinado, o cardiologista Aseem Malhotra, afirma que as evidências científicas são "irrefutáveis".

"O mais importante é dizer às pessoas que elas devem se concentrar em comer melhor".

Inspirada pela cozinha tradicional de países como Grécia, Espanha e Itália, a dieta mediterrânea sempre esteve associada à boa saúde e a corações sadios.

Essa dieta consiste tipicamente em comer várias porções de legumes e verduras, frutas frescas, cereais integrais, azeite de oliva e sementes oleaginosas, além de frango, peixe, carne vermelha, manteiga e gordura animal.

"O impacto desse tipo de alimentação na saúde do paciente se dá de forma muito rápida. Sabemos que a tradicional dieta mediterrânea que é rica em gordura – por meio de testes controlados em grupos aleatórios – reduz o risco de ataque cardíaco e derrames pouco tempo depois de colocada em prática".

No artigo, os médicos também dizem que a dieta mediterrânea é três vezes mais eficiente para a redução da mortalidade em pacientes que já tenham sofrido ataques cardíacos do que medicamentos para baixar o colesterol.

Para David Haslam, diretor-presidente do Fórum de Obesidade Nacional do Reino Unido, a recomendação dos médicos é "bem vinda". "Uma caloria não é só uma caloria. É ingênuo pensar que os complexos sistemas de apetite hormonal e neurológico do nosso corpo respondem a diferentes substâncias de igual maneira".

Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/11/141117_dieta_mediterranea_obesidade_lgb?ocid=socialflow_facebook


quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Ninguém Prepara Os Filhos Para o Envelhecimento dos Pais

Sabem quando a preocupação é tanta que nem conseguimos chorar? Quando o sentimento de impotência se sobrepõe a qualquer lágrima narcisista que naquele momento nos diz que nada mais importa a não ser a pessoa que temos à nossa frente, naquela cama de hospital? A roupa para passar a ferro pode esperar, o jantar pode esperar, o Mundo pode esperar.

E à nossa frente encontra-se aquela pessoa de olhos vidrados, sem reacção, numa fugaz memória da mulher forte que uma vez foi. Continua a ser a mesma pessoa, sem ser a pessoa que era. Qualquer pergunta que fazemos, fazemo-la sem grandes expectativas de obter resposta, apenas para conforto próprio de que estamos de facto ali. No quarto ao lado ouvem-se os gritos duma qualquer outra mulher desdentada e desesperada, toda ela dores e doenças. Para mim, qualquer outra mulher, mas para outra pessoa, também ela a razão pela qual nem se consegue chorar de tanta preocupação.

É costume dizer-se que nada nos prepara para sermos pais, que são os filhos que nos ensinam a ser pais. Mas o que não nos ensinam mesmo é a sermos filhos de pais envelhecidos. Queremos salvá-los deles próprios, impedir que o corpo ceda mais rápido que a cabeça, ou que a cabeça ceda mais rápido que o corpo, mas não há como.

E o tempo passa a correr. O meu pai já nem parece o mesmo. Também ele não chora de tanta preocupação. A mulher com quem passou a vida toda, a quem prometeu amar na saúde e na doença, ali está, doente. E ele, a ficar doente, sugado pela doença da mulher que ama, mas que já não reconhece. Quando o amor passa a pura e constante preocupação torna-se numa forma estranha de amar, e o desespero leva-o a fazer coisas irreconhecíveis. Também ele é a mesma pessoa sem ser a pessoa que era. Muito mais magro, muito mais pálido, muito mais triste. E nada nos prepara para isso.

No hospital, outras pessoas esperam, umas mais preocupadas, outras mais aliviadas. As ambulâncias vão chegando, uns choram, outros gritam, outros olham o vazio, e há sempre quem esteja a tentar perceber o que é que se passou com cada um deles. Quem morreu, quem não morreu. Esta é a dinâmica da sala. Não há conversa de ocasião que se possa fazer, não importa o tempo, a política, futebol ou religião. Importa apenas aquela pessoa que amamos e que queríamos recuperar, voltar a vê-la, forte e saudável como ela era.

O mais triste é quando chega o luto antecipado. Aquela réstia de esperança que na verdade já nada espera. É quase como que aguardar pela autorização de poder chorar. E pior de tudo é saber que, quando a barragem que contem as nossas lágrimas finalmente rebentar e estas correrem incontroláveis pelo nosso rosto abaixo, sabermos que choramos em pranto num misto de tristeza e alívio. Isso é o mais triste, a noção de que a pessoa está melhor assim, inexistente enquanto que nós, os que continuam mortais, aqui ficamos, na merda.

Nunca ninguém nos preparou para isto, nunca a sociedade se preparou para isto. O nossos líderes falam em envelhecimento ativo e saudável, mas falam por ocasião, não por genuína preocupação, porque na verdade a forma como olham e tratam os velhos pouco lhes importa. Importa-lhes não terem dores de cabeça ou escândalos que possam manchar as suas ambições políticas. Vemos isso quando estamos desesperados, no corredor das urgências, tudo é treta.

A forma como as pessoas são tratadas não difere muito da maneira como se tratam os refugiados. Agregam-se as pessoas idosas e doentes todas num sítio comum e estas passam a ser apenas mais um nº para a estatísticas, onde ninguém realmente se importa a não ser a própria família, e por vezes nem isso.

Fonte: http://revistareviver.blogspot.com.br/2016/07/ninguem-prepara-os-filhos-para-o.html

Emagrecimento com exercício? Esqueça a balança...

No vídeo o Dr. Bruno Gualano e Dra. Desire Coelho discutem como as vezes a ciência (e as mídias socias) utilizam parâmetros errados quando abordam o sucesso no tratamento da obesidade. A balança mede nada mais que peso corporal e utilizá-la como parâmetro de sucesso pode ser um grande erro! Balança na medicina atualmente é um aparelho obsoleto, que utilizamos ainda apenas quando não temos outras ferramentas mais confiáveis.

O bom exemplo não educa, por Luis Alberto Hanns

Fome X Vontade de comer por Carol Morais


Quando estamos conectados e presentes de verdade no nosso corpo, conseguimos identificar o que é essa vontade louca de comer, que a gente diz que é fome, mas não é. Por que a sensação de vazio não vem do estômago... vem do coração, vem da alma, é ansiedade, ou angústia, ou cansaço, ou tédio, ou nervosismo, ou procrastinação... pode ser muitas outras coisas, menos fome.

Quando vier esse sentimento que te faz levantar e ir em busca de comida (e geralmente nessas horas você procura exatamente aqueles alimentos fáceis de "assimilar", um doce, um chocolate cheio de açúcar, algo que sirva de consolação), levante, afaste-se de onde estava, feche os olhos, respire fundo, três, quatro, cinco vezes. Beba água, beba um chá. Alongue as costas, o pescoço, os braços.

Quando for fome de verdade, você saberá. Você não precisa esperar de duas em duas horas, ou de três em três. E quando sentir fome, coma.

Perda de peso aumenta o apetite em mais de três vezes

Para cada quilo de peso que perderam, os pacientes em um novo estudo consumiram 100 calorias extras por dia – mais de três vezes do que precisariam para manter o peso baixo.

Esse aumento desproporcional no apetite após uma pequena perda de peso "pode explicar por que a manutenção de longo prazo do peso corporal reduzido é tão difícil", disse o pesquisador principal, Dr. David Polidori, da Janssen Research & Development, de San Diego, Califórnia, e seus colegas.

Os achados sugerem que "um aumento relativamente modesto no apetite pode explicar a grande dificuldade que as pessoas têm para perder peso e manter essa perda ao longo do tempo", observou o autor sênior, Dr. Kevin D. Hall, do National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Disease, National Institutes of Health, em Bethesda, Maryland.

Ele apresentou os achados na conferência Obesity Week 2016, e o estudo também foi publicado no periódico Obesity.

Estudos prévios mostraram que o metabolismo desacelera quando os pacientes perdem peso, "como recentemente popularizado por nossos estudos com os participantes de O Grande Perdedor", disse o Dr. Hall ao Medscape.

"No entanto, nossos resultados sugerem que o aumento proporcional no apetite provavelmente tem um papel ainda mais importante na estabilização e na recuperação do peso", sugeriu.

No entanto, ele alertou: "Ainda são dados precoces e é nossa primeira avaliação desse processo em humanos", portanto os achados ainda precisam ser confirmados.

O estudo foi selecionado como um dos cinco melhores em um simpósio especial na conferência, pois traz uma "discussão interessante da fisiologia que dirige a recuperação do peso após uma perda de sucesso", disse ao Medscape a comoderadora da sessão, Dra. Donna H. Ryan, professora emérita no Pennington Biomedical Research Center, em Baton Rouge, Louisiana, e editora-chefe associada da Obesity.

Como os resultados sugerem que um aumento no apetite é ainda mais importante do que a desaceleração do metabolismo no processo de ganho de peso, "a mensagem para os médicos é de não apenas estimular a atividade física como uma forma de conter a recuperação do peso, mas também utilizar medicamentos que tenham impacto no apetite", observou ela.

O Dr. Ken Fujioka, diretor de pesquisa metabólica e nutricional na Scripps Clinic,em Del Mar, Califórnia, disse ao WebMD, site de notícias do Medscape para o público em geral: "Esse estudo é um marco. Ele nos dá informações muito úteis que irão nos ajudar a desenvolver novas diretrizes" para prevenir o ganho de peso.

"Nós temos pacientes que chegaram a esses platôs, e estamos tentando descobrir o que fazer", disse o Dr. Fujioka. "Está claro para nós que é realmente necessário lidar com o consumo de alimentos, com o apetite, a partir desse trabalho".

Inibidores de SGLT2: uma nova forma de estudar o equilíbrio energético

Sabendo que pacientes com diabetes tipo 2 que recebem o inibidor de cotransportador de sódio-glicose 2 (SGLT2) canagliflozina (Invokana, Janssen) como parte da estratégia para redução da glicemia, excretam uma quantidade fixa de glicose na urina (o que causa perda de peso), o Dr. Polidori e colaboradores usaram um modelo matemático para calcular as mudanças no consumo calórico durante um estudo placebo controlado desse medicamento, com duração de 52 semanas, no qual 153 pacientes receberam canagliflozina e 89 pacientes receberam placebo.

O uso dessa abordagem significa que os pacientes que receberam canagliflozina consistentemente excretaram 90g/dia de glicose mas não relataram sentir menos energia, observou o Dr. Hall.

Previamente, os pesquisadores haviam validado um modelo matemático para calcular as mudanças esperadas no consumo calórico correspondentes a mudanças no peso corporal (Am J Clin Nutr. 2015;102:353-358). Eles colocaram os dados do estudo atual nesse modelo.

Ao final do estudo, os pacientes que receberam placebo haviam perdido menos de 1kg, e aqueles que receberam canagliflozina haviam perdido cerca de 4kg. A perda de peso com a canagliflozina foi menor do que o previsto, devido ao aumento do apetite dos pacientes.

Em média, os pacientes que receberam canagliflozina comeram cerca de 100kcal/dia a mais por quilo de peso perdido – uma quantidade mais de três vezes maior do que as adaptações às perdas energéticas correspondentes.

"Nossos resultados fornecem a primeira quantificação do sistema de controle e feedback do consumo enérgico em humanos", escrevem os pesquisadores.

Eles acrescentam que na ausência de "esforços para restringir o consumo de alimentos após a perda de peso, o controle de feedback do consumo energético resultará em uma alimentação acima dos níveis basais com uma aceleração da recuperação do peso.

"Os poucos indivíduos que mantêm a perda de peso com sucesso em longo prazo o fazem por meio de esforços heróicos e vigilantes para manter as alterações comportamentais em face do aumento do apetite em um ambiente obesogênico".

Uma vez que a perda de peso continuada torna mais difícil para os pacientes perderem mais peso, esse estudo reforça a mensagem de que os pacientes deveriam "focar em criar mudanças saudáveis no estilo de vida com as quais possam viver em longo prazo", disse o Dr. Hall.

O estudo recebeu apoio do Intramural Research Program do NIH, National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Disease, usando dados de um estudo patrocinado pela Janssen. O Dr. Polidori é empregado em tempo integral pela Janssen. O Dr. Hall solicitou uma patente para um método de controle de feedback dinâmico personalizado do peso corporal e recebeu financiamento da iniciativa Nutrition Science para investigar os efeitos da dieta cetogênica no gasto de energia em humanos. As declarações de coautores estão listadas no artigo.

Fonte: Obesity. 2016;24:2289-2295. Resumo: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/oby.21653/abstract;jsessionid=65C79ACD88F7E838D97D7EDB0E6D91ED.f04t03

Obesidade, osteoporose e cirurgia bariátrica: Qual a verdadeira relação ?

Recentemente o British Medical Journal (BMJ)  publicou uma revisão científica sobre a relação entre cirurgia bariátrica e osteoporose, doença crônica que afeta mais de 10 milhões de brasileiros. De acordo com os pesquisadores, pessoas submetidas ao tratamento cirúrgico da obesidade têm 30% mais chances de terem osteoporose, dependendo da técnica cirúrgica utilizada.

O risco aumentado da osteoporose decorre das alterações promovidas no organismo de pacientes bariátricos. No entanto, a obesidade é uma doença crônica que pode ter consequências graves. A cirurgia bariátrica é o tratamento mais eficaz e seguro contra a obesidade, além de auxiliar no controle de doenças associadas. Além disso, muitas pessoas com obesidade têm deficiências de nutrientes importantes para a saúde óssea, entre elas o cálcio, o magnésio e a vitamina D.

Ou seja, o paciente já apresentava risco para a osteoporose.

“Em tese, todo indivíduo que tem modificado o sítio de absorção de cálcio e perde muito peso apresenta prejuízo à absorção do mineral. Porém, fatores genéticos, como a presença ou não de osteoporose na família, podem interferir na evolução”, explica a Profa. Dra. Luciana El-Kadre, cirurgiã do aparelho digestivo e membro da SBCBM.

 A obesidade sempre foi ligada a maior densidade mineral e, portanto, a riscos reduzidos de fratura, mas novas pesquisas indicam que esta relação pode não ser verdadeira.

“Acreditava-se que a obesidade protegeria da osteoporose. Em 2013 um estudo da Universidade de Harvard demonstrou que a obesidade poderia aumentar a incidência da afecção. O estudo concluiu que existe relação entre gordura no fígado e nos músculos e a existência de mais gordura na medula óssea ─ independentemente do índice de massa corporal e da idade”, esclarece a Dra. Luciana.

 Prevenção no pré e no pós-operatório

Então se a obesidade pode prejudicar a saúde óssea e a cirurgia bariátrica pode aumentar o risco da doença, o que fazer? Enquanto o debate científico ainda precisa avançar na investigação das implicações da cirurgia bariátrica na saúde óssea de pessoas submetidas ao procedimento, pacientes podem se prevenir para evitar a osteoporose.

“Candidatos ao tratamento cirúrgico da obesidade devem ser informados da necessidade de reposição e controle dos marcadores relacionados ao metabolismo do cálcio, das particularidades de sua reposição, como fragmentação de dose e forma química”, diz a cirurgiã do aparelho digestivo.

Durante o pré-operatório é fundamental que o paciente seja submetido a exames específicos como a densitometria óssea, para detectar carências antes da cirurgia bariátrica. O cuidado deve continuar no pós-operatório também, especialmente com a suplementação nutricional, que se bem feita pode minimizar os riscos e combater as consequências da perda de massa óssea.

“A reposição de cálcio, magnésio, vitamina D deve ser feita em todos os casos, imediatamente após a operação. A reabsorção óssea pode ser mais intensa no período de emagrecimento rápido. Esses dados também são verdadeiros para grandes perdas de peso com dieta, mesmo sem cirurgia. Em alguns casos, podem ser adicionados componentes que aumentem a absorção do cálcio e sua deposição nos ossos. O controle com dosagens séricas trimestrais inicialmente e depois semestrais também é importante”, afirma a Profa. Dra. Luciana.

Fraturas em pacientes bariátricos

As fraturas osteoporóticas são graves em qualquer pessoa, mas para um paciente bariátrico pode trazer complicações adicionais: impedem a prática de exercícios físicos, atividade fundamental não só para o sucesso do tratamento cirúrgico da obesidade como para o da osteoporose.

“Fraturas de osteoporose, com maior frequência, ocorrem na cabeça do fêmur, fraturas patológicas da vértebra e fraturas das vértebras lombar e torácica. Com reposição e controle adequados, esta complicação pode ser prevenida. É importante salientar que não existe reposição universal, cada paciente necessita de uma dosagem de cálcio, que pode aumentar ou diminuir após a operação. Da mesma forma, existem formas químicas do mineral que têm melhor absorção após a operação”, completa a Profa. Dra. Luciana.

Fonte: http://www.sbcbm.org.br/wordpress/obesidade-osteoporose-e-cirurgia-bariatrica-qual-a-verdadeira-relacao/

domingo, 6 de novembro de 2016

Posicionamento: Sobre o uso e comercialização da MELATONINA no Brasil

Sobre o uso e comercialização da MELATONINA no Brasil, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) esclarece:

  • O uso de melatonina deve ter indicação e acompanhamento médico. À luz do conhecimento atual, não existem evidências que suportem o uso da melatonina em seres humanos com ação anti-tumoral, anti-oxidante ou anti-envelhecimento.

Indicações do uso da melatonina:

- Distúrbios do sono:

  • insônia em idosos, cuja produção de melatonina é cerca de 25% menor do que em jovens;
  • insônia por retardo de fase, sono de não 24 horas, latência prolongada do sono, distúrbios comportamentais do sono REM, e distúrbios do sono em que a produção de melatonina é reduzida (excesso de luz noturna ou uso de beta-bloqueadores);

- Distúrbios do ritmo circadiano (transtornos de adiantamento ou atraso de fase; jet lag, cegueiras pré-quiasmática).

- Doenças neurológicas que cursam com distúrbio do sono, como espectro do autismo, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, síndrome de Smith-Magenis.

Possíveis benefícios da melatonina:

Existem evidências iniciais de benefício do uso da melatonina em alguns casos de:
- Enxaqueca (já existem alguns ensaios clínicos randomizados publicados)
- Depressão (seu análogo, agomelatina, é aprovado com esta indicação, inclusive no Brasil)
- Uso pós lesões isquêmicas (hipoxia e isquemia perinatais - usada associada à hipotermia; na displasia bronco pulmonar do prematuro e como agente protetor contra radiações)

A melatonina também está sendo estudada em ensaios clínicos nas doenças de Alzheimer,
Huntington e Parkinson, além de estudos em Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), Síndrome
Metabólica e alguns tipos de tumores.

Tempo de uso:
Não há limite mínimo ou máximo de tempo de uso da melatonina. Para efeitos transitórios, como em casos de jet lag, a melatonina é usada quando for necessário; para distúrbios de sono, o uso deve ser rotineiro.


Diretoria Nacional – gestão 2015/2016
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)

Fonte: http://www.endocrino.org.br/media/uploads/PDFs/melatonina_sbem_2016.pdf

sábado, 5 de novembro de 2016

Plenária do Conselho Regional de Medicina - GO sobre “A prática da terapia antiaging e de outros procedimentos sem evidências científicas”

No dia 1º de Novembro de 2016 o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás realizou uma plenária temática com o título: “A prática da terapia antiaging e de outros procedimentos sem evidências científicas”

Com a participação expressiva da classe médica, de diretores e conselheiros e de representantes de Sociedades de Especialidades, como Dermatologia, Endocrinologia e Metabologia, Geriatria, Cirurgia Plástica e Ginecologia e Obstetrícia, além de convidados de outros Estados, do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Vigilância Sanitária, o Cremego realizou, no dia 1º de novembro, a plenária temática “A prática da terapia antiaging e de outros procedimentos sem evidências científicas”.

Durante cerca de três horas, eles debateram a prescrição de procedimentos sem comprovação científica, a modulação hormonal, o uso de hormônios do crescimento para fins estéticos, a dieta do hGC, excessos de pedidos de exames, a biorressonância e outros “tratamentos” vedados por resoluções do CFM. Até a próxima semana, o Cremego e as Sociedades de Especialidades divulgarão uma nota técnica para orientar os médicos e a sociedade sobre o assunto.

Para ouvir o áudio (podcast completo) clique no link: https://drive.google.com/file/d/0B6YOvJePtw3maUVraUVyYVUwRzQ/view

Intolerância à frutose



Frutose é um carboidrato (açúcar) simples, ou seja, um monossacarídeo presente na nossa dieta. Quando a frutose é absorvida de forma incompleta pelo intestino, ela pode fazer um efeito osmótico e também ser fermentada pela microbiota intestinal, resultando na formação de substâncias químicas e gases, causando sintomas. A atividade da proteína de transporte que determina a absorção de frutose, tal como a GLUT5, é geneticamente determinada e pode ser alterada por inflamação no intestino ou pelo estresse. O limiar de má absorção de frutose varia individualmente e amplamente. Esta forma comum e benigna de intolerância à frutose deve ser distinguida da rara intolerância hereditária à frutose (HFI).

Com o envelhecimento, a maioria das pessoas vai apresentar má absorção de açúcares, incluindo a frutose, quando grandes quantidades são consumidas. Em indivíduos com predisposição o aumento da produção de gás, ácidos graxos de cadeia curta e compostos osmoticamente ativos devido à má absorção e que devido a isso apresentam sintomas, são chamados de intolerantes. A intolerância muitas vezes só se torna aparente na idade adulta.

Frutose está presente em frutas, legumes, grãos, alimentos industrializados e mel. A ingestão diária varia de 20g a 60 g, dependendo da dieta. O consumo de frutose tem aumentado significativamente nas últimas décadas e está implicado no aumento da obesidadel, síndrome metabólica e doença hepática.

Frequência na população e história natural

Aproximadamente 30% dos adultos saudáveis apresentam má absorção com doses inferiores a 50 g de frutose e 10% têm sintomas. Não parece haver grandes diferenças raciais.
Até 70% dos pacientes com síndrome do intestino irritável têm intolerância de quantidades normais de frutose. A intolerância à lactose e frutose concomitantes atinge aproximadamente 20% a 30% dos indivíduos da população.

Sintomas

As principais manifestações incluem inchaço e dor abdominal, diarreia e constipação, borborigmos (ruídos intestinais) e outros sintomas devido o aumento da produção de gás, como eructação e flatulência excessivas, além de náuseas e vómitos.

A depressão pode ser mais comum em adultos e crianças com má absorção de frutose, e pode melhorar com redução rigorosa dieta na ingestão de frutose. Isto pode ser devido a níveis reduzidos de triptofano no sangue.

O zinco e vitaminas do complexo B (ex: ácido fólico) estão diminuídos em parte da população com intolerância à frutose.

Diagnóstico

O diagnóstico clínico de intolerância à frutose é por vezes difícil devido à presença de frutose não apenas em frutas, mas também em vegetais, grãos e muitos outros alimentos. O teste respiratório com hidrogênio expirado é muito sensível para o diagnóstico de má absorção e intolerância à frutose. Pacientes com sintomas compatíveis com doença funcional gastrointestinal (eructação frequente, dispepsia, síndrome do intestino irritável, diarreia e constipação) são os que mais se beneficiam com o esclarecimento da presença ou não desta intolerância, pois orientações dietéticas são a base do tratamento dessas enfermidades.

Tratamento

A redução da ingestão de frutose para níveis tolerados leva rapidamente ao alívio dos sintomas na maioria dos pacientes. Melhores resultados são obtidos quando outros alimentos facilmente fermentáveis também são excluídos (ver lista FODMAP). Geralmente os alimentos identificados como "saudáveis" contêm a frutose e a substituição por alternativas igualmente saudáveis ou adição de suplementos nutricionais é a conduta mais adequada.

A absorção da frutose é facilitada pelo consumo de glicose. A sacarose, açúcar muito consumido em nosso meio, é formada por uma molécula de glicose e outra de frutose. Por esse motivo, pacientes intolerantes à frutose raramente são intolerantes à sacarose. Quando não há a disponibilidade de sacarose, o uso de glicose imediatamente antes das refeições pode reduzir os sintomas de intolerância à frutose. Pequenas quantidades de frutose consumida após refeições são mais bem toleradas do que uma única dose com o estômago vazio.

Intolerância hereditária à frutose (HFI)

Diferente da má absorção de frutose descrita acima, HFI é uma intolerância grave devido a defeitos genéticos (aldolase B) que afeta principalmente crianças no momento da introdução de açúcares. Além dos mesmos sintomas de má absorção de frutose, distúrbios metabólicos, como hipoglicemia, e lesão permanente ao fígado e rins podem acontecer. Em crianças, a doença pode ser fatal devido à convulsões e coma. Nesses casos, a sensibilidade para o componente da frutose da sacarose também ocorre. Todas as formas de sacarose e frutose devem ser rigorosamente evitadas. História familiar positiva de intolerância a açúcares ou de uma aversão a doces é um indício útil. O diagnóstico se faz através de anamnese cuidadosa, coleta de sangue e alguns testes genéticos. Atualmente, nem todas as formas de HFI podem ser identificadas através de testes genéticos.


Autor: Dr. Maurício Bravim - CRM-MG: 29.496