terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Glutamina melhora o sistema imune?

Suplementar glutamina para melhorar sistema imunológico funciona? E como uma estratégia para evitar catabalismo? As respostas para essas e outras questões estão nesse vídeo do excelente pessoal do Ciência InForma.


Por que sentimos câimbras ?

Por que sentimos câimbras?

Contrações musculares involuntárias, normalmente intensas e doloridas. Se você já sentiu isso na pele (ou melhor, no músculo), sabe que estou falando de câimbras. Embora a maioria das pessoas acredite que as câimbras sejam causadas pela perda de sais no suor (como sódio e potássio), a verdade é que sabemos muito pouco sobre suas causas. Pior, parece que sódio e potássio nada têm a ver com isso. Em tempo, comer bananas tampouco irá preveni-las

Nem todas as câimbras são iguais

Existem diferentes tipos de câimbras: as noturnas, as que ocorrem em repouso, as que ocorrem em decorrência de doenças raras e aquelas que acontecem quando fazemos exercício. Neste post, obviamente o foco será apenas as câimbras associadas ao exercício.

A ciência ainda sabe muito pouco sobre as câimbras

Sim, não sabemos dizer com segurança e precisão qual ou quais são as causas das câimbras. Isso porque esse fenômeno é muito difícil de ser estudado no laboratório. Por ser algo “espontâneo”, difícil de induzir e de duração muito curta, é quase impossível conduzir estudos experimentais com câimbras. Assim, resta-nos fazer associações, especulações, criar, refutar e recriar teorias.

Teoria dos distúrbios hidroeletrolíticos.

O nome é complicado, mas o conceito é fácil de entender: quando nos exercitamos, suamos para manter a temperatura corporal. No suor, perdemos água e sais. Tal perda leva a desidratação e altera a concentração de sais como sódio, cloro e potássio em nosso sangue. Uma vez que a excitabilidade das células musculares depende da concentração de sais, alterações eletrolíticas que acompanham a sudorese excessiva podem fazer com que os músculos se tornem hiperexcitáveis. Logo, eles se tornariam mais propensos a contraírem-se involuntariamente, causando câimbras.

Algumas observações “históricas” apoiaram essa hipótese, como a alta frequência de câimbras entre trabalhadores braçais expostos ao sol e/ou calor por longos períodos. Outros relatos mostraram que dietas muito pobres em sal (feita por 10 dias) resultaram em câimbras frequentes. Tal quadro foi revertido ao reintroduzir-se o sal à dieta. Uma vez que esses indivíduos tomavam água normalmente, era pouco provável que as câimbras tenham sido causadas por desidratação.

Outro estudo com jogadores de futebol americano mostrou que aqueles que tinham histórico de câimbras frequentes perdiam cerca de duas vezes mais sódio e cloro no suor do que seus pares sem histórico de câimbras. Por isso, alguns acreditam que atletas de “suor salgado” estão mais propensos a sofrerem com câimbras, e que a reposição de sais seria o tratamento mais efetivo. Um dado interessante é que a perda de potássio é bastante similar entre atletas de “suor salgado” e “suor normal”. Além disso, a perda de potássio no suor é muito pequena, especialmente em comparação à perda de sódio e cloro. Logo, não há nenhuma razão para acreditar que câimbras sejam causadas por perda de potássio, muito menos que o consumo de alimentos ricos em potássio (como a banana) possam preveni-las.

Outro fator frequentemente associado à ocorrência de câimbras é o exercício em ambientes quentes, em que a sudorese é exacerbada, a perda de sais é intensa e a temperatura corporal tende a subir. Por isso, alguns autores consideram que câimbras no esporte são, na verdade, câimbras de calor.

5 motivos para refutar a teoria do calor e da perda de sais

Uma teoria só tem serventia se for capaz de explicar os fatos. Quando novos fatos não são explicados pela velha teoria, é hora de abandoná-la. Esse parece ser o caso, e aqui apresento algumas razões para não acreditar na teoria dos distúrbios hidroeletrolíticos.


  1. se a perda de sais do sangue realmente causasse fadiga, todos os músculos deveriam contrair-se involuntariamente. No entanto, sabemos que atletas têm câimbra em músculos isolados, sobretudo naqueles que foram exaustivamente solicitados durante o exercício. Isso indica que a fadiga localizada deve ter alguma participação no início da câimbra;
  2. pelo menos 4 estudos não confirmaram a associação entre câimbras e distúrbios hidroeletrolíticos. Esses estudos também não apoiam a hipótese da desidratação como causa das câimbras e indicam que a teoria do “suor salgado” também explicam a ocorrência de câimbras no exercício.
  3. se o calor fosse condição essencial para o disparo da câimbra, não observaríamos tantos casos de câimbras em eventos em ambientes frios, incluindo até natação e esportes em águas frias
  4. atletas sem aumento da temperatura corporal também têm câimbras, o que reforça a ideia de que o calor não faz parte das causas da câimbra
  5. estudos em que atletas são “aquecidos” de forma passiva (isto é, sem exercício) não são capazes de induzir câimbras, indicando novamente que o calor não participa da câimbra.


Fadiga neuromuscular: uma nova teoria da câimbra

Uma nova de forma explicar a câimbra durante o exercício deve deixar de lado o calor, os distúrbios hidroeletrolíticos e deve contemplar a fadiga muscular. Essa nova teoria diz que, quando fadigado, o músculo:


  1. recebe um maior número de disparos elétricos nervosos para se contrair
  2. apresenta uma redução da atividade elétrica que inibe a contração muscular (para os entendidos em fisiologia, atividade dos nervos Ib dos órgãos tendinosos de Golgi)

Em outras palavras, a teoria diz que a fadiga muscular faz com que aja um aumento do estímulo elétrico para a contração muscular concomitante a uma redução do estímulo para o relaxamento muscular. O resultado é uma superexcitação do músculo, causando a contração involuntária.

A teoria também explica porque apenas os músculos mais exercitados apresentam câimbras, e porque é possível sentir câimbras mesmo após exercícios curtos (sem perda significativa de sais) e muito intensos.

Por fim, pelo fato da teoria lidar com o equilíbrio dos reflexos de excitação e inibição muscular, os quais são também afetados pelo comprimento do músculo, a teoria também explica porque é possível induzir câimbras mesmo sem exercício. Basta, por exemplo, deixar a panturrilha semicontraída (músculo encurtado) e fazer uma contração isométrica bem forte.

Sugestão: não faça esse teste em casa!

Sei que entender bem a nova teoria é difícil, e talvez apenas os aficionados por fisiologia o façam. Mas perceber os furos das teorias de perda de sais e a ineficiência do consumo de alimentos ricos em potássio é importante. Aliás, a nova teoria também explica porque o melhor tratamento para a câimbra é alongar imediatamente o músculo afetado...

Saudações e até a próxima!

Guilherme Artioli - Blog Ciência inForma - www.cienciainforma.com.br


Referências:


  1. Schwellnus MP. Muscle Cramping in the Marathon: Aetiology and Risk Factors. Sports Med 2007; 37 (4-5): 364-36
  2. Sulzer NU, Schwellnus MP, Noakes TD. Serum electrolytes ironman triathletes with exercise-associated muscle cramping. Med Sci Sports Exerc 2005; 37: 1081-5
  3. Schwellnus MP, Nicol J, Laubscher R, et al. Serum electrolyte concentrations and hydration status are not associated with exercise associated muscle cramping (EAMC) in distance runners. Br J Sports Med 2004; 38: 488-92.
  4. Maughan RJ. Exercise-induced muscle cramp: a prospective biochemical study in marathon runners. J Sports Sci 1986; 4:31-4.
  5. Hutton RS, Nelson LD. Stretch sensitivity of Golgi tendon organs in fatigued gastrocnemius muscle. Med Sci Sports Exerc 1986; 18: 69-74.
  6. Eichner ER. The Role of Sodium in ‘Heat Cramping’. Sports Med 2007; 37 (4-5): 368-37.
  7. Stofan JR, Zachwieja JJ, Horswill CA, et al. Sweat and sodium in NCAA football players: a precursor to heat cramps? Int J Sport Nutr Exerc Metabol 2005; 15: 641-52.
  8. McCance RA. Experimental sodium chloride deficiency in man. Proc Royal Soc London Biol 1936; 119: 245-68. 


Fonte: http://www.cienciainforma.com.br/post.php?id=198

Exercício físico (aeróbio): um forte aliado luta contra o câncer.

Você já deve ter ouvido falar que o exercício físico pode prevenir o desenvolvimento de diferentes tipos de câncer. Mas um artigo publicado recentemente na renomada revista científica Cell Metabolism traz evidências (impressionantes) de que o exercício aeróbio pode não apenas prevenir, mas também combater o câncer. Portanto, além da prevenção, o exercício pode ser um aliado ao tratamento. Nesse estudo, ratos foram inoculados com diferentes tipos de células câncerígenas e aqueles que se exercitavam apresentaram incidência e crescimento de tumores ate 60% menores quando comparados aos que não se exercitavam. Claro que os resultados são ainda preliminares e ainda não podem ser extrapolados a humanos, mas já impressionam e animam.

Diversos estudos têm comprovado os efeitos benéficos do exercício físico na qualidade de vida, fadiga e capacidade físico em pacientes com câncer. Além disso, estudos epidemiológicos mostram que pessoas fisicamente ativas tem menor risco de desenvolver alguns tipos de câncer e que pacientes com câncer em remissão (ou seja, curados) têm maior sobrevida quando comparados aqueles que não se exercitam. Estes dados demonstram que o exercício físico tem algum efeito protetor contra o desenvolvimento do câncer.

Mas o recente artigo publicado na renomada revista Cell Metabolism por pesquisadores dinamarqueses apresenta um novo potencial do exercício (aeróbio) como aliado no tratamento do câncer. O estudo foi feito da seguinte forma: 4 semanas antes ou após a inoculação de células cancerígenas, metade dos ratos tiveram acesso a roda de corrida voluntária (parecida com aquelas que vemos comumente em gaiolas de hamsters) e percorreram, em média, 4 a 7 Km por dia durante 4 semanas. Os ratos sem acesso a roda permaneceram sedentários durante esse período. Foram testados diferentes modelos de tumores, representativos de melanoma maligno (câncer de pele), câncer de fígado e de pulmão. Independentemente do exercício ter sido feito antes ou depois da inoculação de células cancerígenas, ele foi capaz de reduzir a incidência e o crescimento dos tumores (ver figura e gráfico abaixo).

Legenda: O gráfico mostra o volume do tumor em ratos exercitados (à direita) e sedentários (à esquerda). A figura mostra o pulmão de ratos sedentários (à esquerda) com mais tumores (área preta) e exercitados (à direita) com muito menos tumores. Fonte: Cell Metabolism DOI: (10.1016/j.cmet.2016.01.011.

Os autores tentaram ainda entender por que o exercício físico era capaz de exercer esses efeitos. Primeiramente, eles observaram que os tumores de ratos exercitados apresentavam maior quantidade de células do sistema imune - aquelas responsáveis por reconhecer e destruir vírus, bactérias e células tumorais. Isso sugere que o exercício, de alguma forma, ativou o sistema imune e fez com que estas células fossem mais capazes de reconhecer e exterminar as células tumorais. É como se o exercício físico fosse capaz de aumentar a “vigilância” e a eficiência das células do próprio sistema imune no combate às células tumorais.

Mas quanto exercício um ser humano deveria fazer para ter estes mesmos efeitos? Para essa pergunta, ainda não há uma boa resposta. Mas o estudo traz indícios de que o exercício deva ser intenso e longo o suficiente de modo a induzir aumentos pronunciados de adrenalina e interleucina-6 (IL-6, uma espécie de hormônio que regula a atividade do sistema imune). Essas substâncias são comumente secretadas durante o exercício de modo proporcional a sua intensidade e duração. Em outras palavras, quanto mais intenso e prolongado o exercício, maior a secreção de adrenalina e IL-6. Mas por quê?

Explico. Com uma série de outros experimentos (que também podem ser vistos no artigo), os autores mostraram que a adrenalina é responsavel pelo recrutamento (aumento) das células do sistema imune na circulação durante o exercício, enquanto a IL-6 redireciona essas células para as células tumorais. É como se a adrenalina fosse responsável por convocar soldados a uma guerra e a IL-6 por comandá-los orientando onde estão os inimigos a serem combatidos. Ou seja, em conjunto, elas promovem o aumento do número e da capacidade das células do sistema imune em reconhecerem e combaterem o tumor (ver figura abaixo).


Legenda: A figura mostra essa interação (epinephrine = adrenalina; bolinhas azuis representam células do sistema imune). Fonte: Cell Metabolism DOI: (10.1016/j.cmet.2016.01.011.

É sempre bom reforçar que esse estudo foi feito com ratos e que, portanto, não se sabe o quanto esses impressionantes efeitos se traduzem para o ser humano. Também não sabemos se esses efeitos seriam observados na presença de outros tipos de tumores.

Mesmo assim, os resultados impressionam e, mais uma vez, mostram o potencial terapêutico do exercício físico. E o melhor, sem nenhum efeito colateral ou deletério. E tem gente dizendo por aí que o exercício aeróbio não serve pra nada ...  grande, grande engano!

Fabiana Benatti - Blog Ciência inForma - www.cienciainforma.com.br

Para saber mais:


  1. Pedersen L, Idorn M, Olofsson GH, Lauenborg B, Nookaew I, Hansen RH, Johannesen HH, Becker JC, Pedersen KS, Dethlefsen C, Nielsen J, Gehl J, Pedersen BK, Straten P, Hojman P. Voluntary Running Suppresses Tumor Growth through Epinephrine- and IL-6-Dependent NK Cell Mobilization and Redistribution. Cell Metab 2016; 23: 1–9.
  2. Brown JC, Winters-Stone K, Lee A, and Schmitz KH. Cancer, physical activity, and exercise. Compr. Physiol. 2012; 2: 2775–2809
  3. Christensen JF, Jones LW, Andersen JL, Daugaard G, Rorth M, Hojman P. Muscle dysfunction in cancer patients. P. Ann. Oncol. 2014; 25: 947–958. 
  4. Mishra SI, Scherer RW, Snyder C, Geigle PM, Berlanstein DR, Topaloglu O. Exercise interventions on health-related quality of life for people with cancer during active treatment. Cochrane Database Syst. Rev. 2012; 8: CD008465.


Fonte: http://www.cienciainforma.com.br/post.php?id=215

Dr. minha prolactina está alta, o que devo fazer? Por. Dra. Patrícia Peixoto


1 - o que é a Prolactina?

É um hormônio produzido pela hipófise e cuja principal função é estimular a produção de leite pelas glândulas mamárias e o aumento das mamas.

2 - a dosagem de Prolactina em exames de sangue deve ser feita de rotina?

NÃO. A investigação com exames para dosar Prolactina só estará indicada quando o médico, após a consulta, detectar que o paciente, que pode ser homem ou mulher, apresenta sintomas ou sinais que sugiram aumento dos níveis de Prolactina como causa.

Vale ressaltar que a dosagem de Prolactina em pacientes sem indicação ou por profissionais que não saibam interpretar os resultados acabará por gerar preocupação desnecessária no paciente, além de tratamento indevidos ou inadequados

3 - E quando é indicado dosar a Prolactina?

Na mulher que apresente:

- amenorréia ( falta de menstruação por pelo menos três meses na ausência de gestação ou climatério)
- galactorréia ( saída de leite das mamas sem gravidez ou amamentação)
- irregularidade menstrual
- sintomas relacionados a hipogonadismo, como redução de libido
- cefaléia e sintomas visuais ( mais raros)
- osteoporose ou osteopenia

No homem com:

- ginecomastia ( aumento do tecido mamário)
- sintomas de redução da testosterona, o que o aumento da prolactina provoca, como impotência sexual, entre outros.

Como se vê, alguns dos sintomas listados acima não são causados somente pelo aumento da Prolactina. Por isso, é necessário o raciocínio médico unindo os dados para avaliar cada caso em relação a necessidade dela ser dosada.

4 - o que causa aumento da Prolactina?

Podemos dividir as causas em fisiológicas ( não relacionadas a doenças) e patológicas.

As causas fisiológicas mais comuns de hiperprolactinemia (aumento do nível sérico da prolactina) são a gravidez e amamentação. Além disso, estresse, exercícios físicos e alterações no sono também podem causar tal elevação, inclusive no momento da coleta é indicado que o paciente faça um tempo de repouso por conta disso.

Ainda como causas não patológicas podemos citar o uso de medicamentos, algo a ser sempre questionado na consulta. Em especial os anticoncepcionais orais, as drogas antipsicóticas do grupo dos antagonistas da dopamina (principal neurotransmissor envolvido na inibição da secreção de Prolactina) e alguns anti-hipertensivos.

Uma outra condição fisiológica é a existência da macroprolactina, uma situação em que a molécula de Prolactina naquela pessoa é diferente da usual, o que acaba fazendo com que na dosagem ela apareça elevada. Neste caso, não há doença nem sintomas e nada precisa ser feito.

Por outro lado, as causas patológicas, ou seja, doenças que causam elevação da Prolactina são os adenomas hipofisarios, lesão da haste hipotalâmica (as quais impedem a inibição pela dopamina) e hipotireoidismo, além da síndrome dos ovários policísticos, disfunção renal ou hepática, cirrose, insuficiência adrenal, lesões inflamatórias em região torácica, entre outras.

Os níveis de aumento da Prolactina são uma pista que o especialista utiliza para considerar as possíveis causas. Isso significa que quando há elevações acima de 200 a chance de haver um adenoma hipofisário como causa é muito maior. Por outro lado, níveis acima do limite superior normal, que em geral é 25, porém abaixo de 100, geralmente são causados por condições não patológicas, como por exemplo uso de medicamentos, estresse, coleta feita sem repouso correto, entre outras.

5 - o que fazer se a Prolactina está elevada?

Em primeiro lugar, este dado tem que ser considerado em conjunto com a história e exame físico do paciente. Como foi colocado, nem toda elevação de Prolactina significa que há doença. Portanto, o primeiro passo é procurar um médico especialista que conduza uma investigação adequada para definir a conduta acertada para cada caso.

Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10207752033659472&set=a.1806775409804.2108180.1252474433&type=3&theater

Poluição pode afetar metabolismo e levar à obesidade


A poluição do ar já tem sido associada a problemas de saúde, incluindo a asma, bronquite, câncer de pulmão, doenças do coração, entre outras. Agora, um novo estudo sugere que mais uma doença pode ser adicionado à lista: a obesidade.

Um estudo publicado no Journal of the Federation of American Societies for Experimental Biology descobriu que ratos que respiraram ar poluído de Pequim ganharam peso depois de apenas três semanas de exposição. Eles também apresentaram disfunções cardio-respiratória, e diminuição da função metabólica.

Para observar o efeito do ar poluído, os animais, ratas grávidas e seus filhotes, foram divididos e colocados em duas câmaras: uma, exposta ao ar exterior de Pequim, fortemente poluído; e outra, com ar foi filtrado. Os pesquisadores descobriram que, depois de três semanas, os ratos expostos ao ar poluído tinham ganhado peso, apresentaram inflamação do tecidoe tinham níveis mais elevados de colesterol - 97% mais elevados, em geral, do que os ratos que não foram expostos ao ar. Eles também apresentaram menor resistência à insulina, um fator que pode representar um sinal precoce de diabetes.

É importante ressaltar que os ratos expostos à poluição também apresentaram disfunção metabólica - um sinal de alerta para a obesidade. Os mesmos efeitos foram sentidos pelos ratos filhotes.

"Uma vez que a inflamação crônica é reconhecida como um fator que contribui para a obesidade, e que doenças metabólicas como diabetes e obesidade estão intimamente relacionadas, nossos resultados fornecem evidências claras de que a exposição crônica à poluição do ar aumenta o risco de desenvolver obesidade", disse Junfeng Zhang, que trabalhou no estudo, em um comunicado.

"Se traduzido e verificado em seres humanos, estes resultados suportam a necessidade urgente de reduzir a poluição do ar, dada a crescente carga de obesidade no mundo."

Fonte: http://www.abeso.org.br/noticia/poluicao-pode-afetar-metabolismo-e-levar-a-obesidade

Capacitação de Nutrologia em doenças gastrintestinais

Já fiz esse curso ano passado e recomendo. Excelente. Fui aluno da Prof. Dr. Elza Daniel de Mello e é uma excelente profissional. Como sei que vários médicos visitam o blog, estou divulgando a nova capacitação.


Comida fresca! Saiba como congelar vegetais e manter os nutrientes

Gosta de legumes e verduras no seu prato? Mas sua desculpa para não ter uma alimentação saudável é falta de tempo? Fato que cada vez sobre menos tempo para a gente cozinhar em casa e fugir dos pratos prontos - e nada nutritivos. Mas, é possível dar um jeitinho. Um dica é cozinhar e congelar os alimentos.

O site do É de casa elaborou uma lista do tempo de cozimento de cada alimento antes e depois de congelar. Porém antes, alguns cuidados devem ser tomados na hora de congelar os vegetais:
1 - Limpe e descasque os vegetais
2 - Escalde em água fervente ou no vapor, jamais cozinhar totalmente (veja na tabela o tempo de cozimento ideal)
3 - Logo que retirar, mergulhar em água com gelo. Use um escorredor para dar um choque térmico.
Esse processo é chamado de “branqueamento”. Com isso, os vegetais vão manter cor, sabor e textura, além dos nutrientes - o mais importante. Feito isso, ponha em potes ou sacos pequenos de até 100 gramas. A vantagem de congelar pequenas porções é descongelar somente a quantidade necessária.

Para facilitar, temos uma lista com o modo de fazer para vários tipos de alimentos:


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Obesidade e diabetes dobram o risco de ter um filho autista

Filhos de mães obesas e diabéticas têm uma probabilidade quatro vezes maior de serem diagnosticados com transtorno do espectro autista, em comparação com aqueles cujas mães não têm nenhuma das condições. É o que diz um estudo publicado recentemente na revista científica Pediatrics.

Embora a obesidade e o diabetes já sejam condições que separadamente aumentam o risco de desenvolvimento da síndrome, o novo estudo mostrou que, quando combinadas, essa probabilidade dobra.

Os pesquisadores da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, nos Estados Unidos, analisaram os registros de 2.734 crianças nascidas no Centro Médico de Boston (EUA). Nos prontuários havia informações sobre a saúde das mães antes e durante a gestação. Os autores também acompanharam as crianças até o início da infância, quando o autismo geralmente é diagnosticado.

Os resultados mostraram que as crianças cujas mães eram obesas antes da gravidez corriam o dobro de risco de serem diagnosticadas com autismo, quando comparadas com aquelas de mães com peso considerado normal. Mulheres com diabetes antes da gestação ou que desenvolveram diabetes gestacional também tinham duas vezes mais chance de ter um filho com autismo, em comparação com aquelas sem a condição.

No entanto, esse risco foi ainda maior quando as duas condições estavam juntas. O risco de ter um filho com autismo nestes casos era quatro vezes maior, do que o daquelas sem nenhum dos problemas de saúde. Os pesquisadores também descobriram que diabetes e obesidade aumentava o risco de deficiência intelectual na criança.

Leia mais: http://goo.gl/7s0C6U

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Orientações nutrológicas para portadores de Lupus Eritematoso sistêmico (LES)

O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica, multissistêmica, de causa desconhecida e de natureza autoimune, caracterizada pela presença de diversos autoanticorpos.  Além dos aspectos específicos relacionados ao tratamento medicamentoso, algumas medidas de suporte, como orientação sobre a doença, apoio psicossocial, atividade física e, de forma particular, a abordagem dietética, são essenciais para um atendimento integral dos pacientes com LES.1 De fato, a dieta pode auxiliar no controle do quadro inflamatório da doença e das complicações da própria terapêutica. Tendo em vista que o risco cardiovascular parece ser aumentado em pacientes com LES devido à maior frequência de condições associadas à aterosclerose, como dislipidemia, diabetes mellitus (DM), síndrome metabólica (SM) e obesidade, a orientação dietética surge como um importante meio para minimizar essas complicações da doença.

A autoimunidade e o processo inflamatório do LES estão diretamente relacionados a alterações do perfil lipídico e ao metabolismo de lipoproteínas na doença. O padrão de dislipoproteinemia, próprio do LES, é caracterizado por maiores níveis de triglicerídeos (TG) e de lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL) associado a menores níveis de lipoproteína de alta densidade (HDL). Pacientes tanto com doença ativa quanto inativa apresentam essas alterações lipídicas, mas elas são agravadas pela maior atividade inflamatória da doença, o que demonstra que o LES, por si só, promove um perfil de lipoproteínas proaterogênico. Uma redução da atividade enzimática da lipase lipoproteica é responsável por determinar uma dislipoproteinemia própria da doença, pois esta promove menor catabolismo de lipoproteínas ricas em TG (quilomícrons e VLDL) devido à presença de anticorpos antilipase lipoproteica (anti-LPL) ou por ação do fator-α de necrose tumoral (TNF-α).

Vários medicamentos utilizados no LES promovem alterações deletérias no perfil lipídico previamente alterado pela própria doença, com importância particular para o efeito dos corticosteroides. Seu uso crônico no LES está associado ao aumento do colesterol total e de suas frações e dos TG,2,7 que pode ser observado após um período de 1-2 meses de uso. Sabe-se ainda que para cada aumento de 10 mg/dia na dose de prednisona observa-se uma elevação de 7,5 mg% do colesterol total. Além disso, os corticosteroides induzem o aparecimento de outros fatores de risco, como obesidade, hipertensão arterial sistêmica (HAS), hiperinsulinemia e resistência insulínica.

A hiperinsulinemia aumenta o estresse oxidativo, que é considerado um importante mecanismo fisiopatológico para o desenvolvimento da aterosclerose. Alguns estudos revelam que o DM é significativamente mais comum em pacientes com LES que na população em geral, devido à redução da sensibilidade à insulina, e que aproximadamente 18%-38% dos pacientes apresentam SM.

Importante notar que mais da metade dos pacientes com LES apresentam três ou mais fatores de risco para doença cardiovascular, particularmente obesidade, HAS e dislipidemias, sugerindo que são realmente mais suscetíveis à SM. Uma avaliação brasileira do estado nutricional com 170 pacientes com LES verificou prevalência de magreza grau I de 1,2% e de excesso de peso de 64,2% (35,9% de sobrepeso; 21,8% de obesidade grau I; 4,1% de obesidade grau II; 2,4% de obesidade grau III). A eutrofia, segundo o Índice de Massa Corporal (IMC), foi verificada em apenas 34,7% dos pacientes avaliados, e conclui-se que o excesso de peso é um distúrbio frequente durante o seguimento de pacientes com LES. Nesse sentido, é de suma importância estabelecer estratégias, como programas de incentivo à prática de atividade física para redução do peso corporal e aconselhamento nutricional a fim de reduzir os riscos da síndrome.

Acrescenta-se o fato de que a dieta hiperlipídica (rica em colesterol e gordura saturada) é um dos principais fatores para a manutenção da dislipidemia na doença, fazendo perpetuar e agravar as alterações do perfil lipídico. Em contrapartida, nutrientes antioxidantes como β-caroteno, α-tocoferol, ácido ascórbico e selênio são conhecidos como protetores contra danos tissulares por meio da ativação de macrófagos, monócitos e granulócitos, assim como pela supressão da atividade das citocinas e do TNF-α.

Uma promissora forma de abordagem do LES é a dietoterapia, com indicação de alimentação rica em vitaminas, minerais (principalmente os antioxidantes) e ácidos graxos mono/poli-insaturados e moderado consumo energético, visando à redução dos marcadores inflamatórios e ao auxílio no tratamento dessas comorbidades e das reações adversas aos medicamentos.

Carne vermelha x branca: Algumas lúpicas relatam melhora com  troca da carne vermelha pela branca. Vale ressaltar que não há respaldo cientifico para tal troca e como o teor de ferro em carne branca é menor e muitas das portadores de LES possuem baixos níveis de ferro com anemia, tal troca pode ser prejudicial. Se optar continuar com a carne vermelha: evite carnes gorduras, retire a gordura ao máximo, pois ela tem ação pro-inflamatória.  Evite totalmente a gordura trans.

Fontes de cálcio: os corticóides podem favorecer osteoporose e portanto um bom aporte de cálcio e de vitamina D é desejável. Os alimentos ricos em cálcio são: leite desnatado, queijo, iogurte, folhas verdes escuras (como espinafre e brócolis).

L-canavanina: A alfafa é um alimento que as lúpicas devem evitar, pois esses brotos contêm um aminoácido chamado L-canavanina, que pode aumentar os sintomas de lúpus, de acordo com a Lupus Foundation of America. Pessoas que comeram alfafa reagiram com dor muscular e fadiga, e seus médicos notaram mudanças em seus resultados de teste de sangue.

Evite Legumes da Família da Solanáceas: Embora não haja qualquer evidência científica para provar isso, algumas pessoas com lúpus acham que são sensíveis aos vegetais da família da solanáceas. Isso inclui batatas brancas, tomates, pimentas doces e ardidas, e berinjela.

Cuidado com o álcool: Um copo de vinho tinto ou cerveja ocasional não é restrito. No entanto, o álcool pode interagir com alguns dos medicamentos que você toma para controlar a sua doença. Beber enquanto tomar remédios como o ibuprofeno (Motrin) ou naproxeno (Naprosyn), por exemplo, pode aumentar o risco de sangramento no estômago ou úlceras. O álcool também pode reduzir a eficácia da varfarina (Coumadin) e metotrexato.

Evite Sal: Deixe o saleiro de lado e comece a encomendar suas refeições sem o sódio em restaurantes. De acordo com o Lupus Centro Johns Hopkins, comer muito sal pode elevar a pressão arterial e aumentar o risco de doença cardíaca. O Lupus já o coloca em maior risco de desenvolver doenças cardíacas. Substitua outros temperos como limão, alho, pimenta e curry em pó para realçar o sabor dos alimentos.

Fonte 1: https://lupusbrasil.wordpress.com/2014/02/25/dicas-de-alimentacao-para-o-lupus-quais-comidas-evitar-e-quais-devem-ser-consumidas/

Fonte 2: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042012000300009