quinta-feira, 1 de setembro de 2011

The Lancet: o controle da obesidade é urgente, mostra série de quatro artigos sobre a doença

Quero destacar deste artigo este parágrafo: “Uma premissa importante é que o aumento do peso corporal dos indivíduos é o resultado de uma resposta normal, de pessoas normais, para um ambiente anormal, segundo relatado pelo periódico The Lancet.” É preciso com urgência pensarmos no ambiente que favorece o ganho de peso, até quando aceitaremos propagandas como a da gigante Coca Cola relacionando o produto com um estilo de vida saudável?!

Quando a população perceberá que é necessário ter uma alimentação adequada com produtos mais naturais para se ter uma vida com qualidade?

The Lancet: o controle da obesidade é urgente, mostra série de quatro artigos sobre a doença

Uma série de quatro artigos sobre a pandemia1 global de obesidade foi publicada no The Lancet. O primeiro artigo resume seus condutores, o segundo fala sobre o ônus econômico e para a saúde, o terceiro desvenda a fisiologia por trás do controle de peso e sua manutenção, e o quarto conclui que a ciência fala sobre os tipos de ações necessárias para mudar nosso ambiente obesogênico e reverter o atual “tsunami” de fatores de risco para doenças  crônicas nas gerações futuras.

Os últimos dados do Centers for Disease Control and Prevention para a população dos EUA, lançados em julho de 2010, são alarmantes:
  • 12 estados têm taxas de obesidade superior a 30% e nenhum tem taxa inferior a 20%.
Já que estes valores dependem de auto-relatos sobre altura e peso, eles tendem a ser subestimados.

No primeiro artigo da série, Boyd Swinburn e colaboradores dizem que:
  • 1,46 bilhões de adultos
  • 170 milhões de crianças em todo o mundo estavam com sobrepeso ou eram obesas em 2008.

Se continuarmos sem intervenções bem sucedidas, as projeções para 2030, no segundo artigo da série, estimam:
  • Mais 65 milhões de adultos obesos só nos EUA,
  • Mais 11 milhões apenas no Reino Unido 
  • 6 a 8,5 milhões de pessoas com diabetes,
  • 5,7 a 7,3 milhões com doenças cardíacas e derrames,
  • 492.000 com câncer.
Os custos adicionais projetados para tratar essas doenças evitáveis é de 48 a 66 bilhões de dólares ao ano nos EUA, e 1,9 a 2 bilhões de libras ao ano no Reino Unido. Como os sistemas de saúde em todo o mundo já lutam para conter os custos, sem prevenção e controle dos fatores de risco para a obesidade  estes sistemas serão sobrecarregados ao ponto de ruptura.

No entanto, as reações dos governos até o momento são inadequadas e dependem da regulação da indústria de alimentos e de bebidas. Mas argumenta-se que cabe ao indivíduo fazer suas escolhas de maneira adequada. Ao contrário do tabaco, alimentos e bebidas devem ser consumidos e uma interferência do Estado poderia ser considerada uma intromissão demasiada na vida do cidadão.

O Governo do Reino Unido, em particular, deixou claro que apenas acordos voluntários com empresas de alimentos e bebidas estão na agenda, e muitos dos comitês de saúde pública são compostos de um grande número desses representantes da indústria. O artigo questiona se esses acordos voluntários funcionam, pois todas as indicações até agora são de que eles não cumprem o seu objetivo.

Uma premissa importante é que o aumento do peso corporal dos indivíduos é o resultado de uma resposta normal, de pessoas normais, para um ambiente anormal, segundo relatado pelo periódico The Lancet. A série de artigos sobre a obesidade deixa resumidamente cinco mensagens importantes sobre a complexa questão da obesidade e como ela deve ser abordada:

  • A epidemia de obesidade não será revertida sem liderança do governo.
  • Trabalhando esta questão como estamos, os custos serão dispendiosos em termos de saúde da população, despesas com cuidados de saúde e perda de produtividade.
  • As suposições atuais sobre a velocidade e a sustentabilidade da perda de peso estão erradas.
  • Precisamos monitorar com precisão e avaliar tanto os dados básicos do peso corporal da população, quanto os resultados de intervenção para esta patologia.
  • Uma abordagem sistemática é necessária, com o envolvimento de vários setores.
Fonte: The Lancet - NEWS.MED.BR, 2011. The Lancet: o controle da obesidade é urgente, mostra série de quatro artigos sobre a doença. Disponível em: http://www.news.med.br/p/saude/232070/the+lancet+o+controle+da+obesidade.htm

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