quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Deficiência de vitamina D como fator de risco para diversas patologias

Artigo publicado pelo American Heart Association em 2009 mostrou que a deficiência de vitamina D na menopausa pode aumentar o risco de desenvolvimento de hipertensão arterial  sistólica (identificada pelo maior valor numérico verificado durante a aferição de pressão arterial). Desde então praticamente diariamente a Pubmed indexa artigos sobre o tema: Vitamina D.

Metodologia:  na pesquisa 559 mulheres que tinham em média 38 anos em 1992 foram acompanhadas por meio da aferição anual da pressão sanguínea e do nível de vitamina D no corpo. Os grupos foram controlados observando a idade, o uso de medicação para hipertensão e o tabagismo.

Aquelas mulheres que na fase pré-menopausa foram diagnosticadas no início do estudo como portadoras de déficit de vitamina D, tinham o triplo de chance de desenvolver Hipertensão arterial sistólica, após 15 anos. Quando comparadas as que tinham níveis adequados de vitamina D.
“Esse estudo é diferente de outros realizados, por acompanhar os indivíduos durante um longo tempo – o maior registrado até agora – e os resultados mostram que essa deficiência em vitamina D está ligada ao aumento do risco de pressão alta na meia-idade” afirma Flojaune Griffin, da Universidade de Michigan, EUA.

A deficiência em vitamina D entre as mulheres é um problema comum. Alguns pesquisadores indicam como causa a falta de exposição à luz do sol ou dietas restritivas e hábitos alimentares que podem não suprir a necessidade ideal da vitamina. A sintetização dessa vitamina acontece tanto na pele – pela exposição aos raios ultravioleta do sol – quanto pela ingestão diária de alimentos ricos na substância.

Um estudo recente também evidenciou que Níveis de 25-OH-vitamina-D são inversamente associados a hipertensão arterial: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21191311

Outro estudo também publicado em 2010 fez uma breve revisão sobre os efeitos anti-hipertensivos da Vitamina D e eles incluem: supressão da renina, supressão dos níveis hormonais da paratireóide, efeito renoprotetor e vasoprotetor, ação anti-inflamatória. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21090935

O American Heart Association elaborou um material sobre Correlação da Vitamina D com doenças cardiovasculares: http://www.americanheart.org/downloadable/heart/1259606448237Vitamin%20D%20and%20CVD%20INAP%20Nov%2009.pdf

Como já citado no começo do post, diariamente são publicados estudos que correlacionam a deficiência de vitamina D com diversas doenças: Síndrome metabólicaAlterações respiratórias, Câncer e déficit imunológico.

A deficiência de vitamina D está cada vez mais evidente nas pesquisas e nos pacientes. É cada vez mais comum encontrar pessoas com menos de 40 de vitamina D séricas, sendo que os trabalhos mostram que precisamos de cerca de 70 a 80nmol/L ou 30ng/mL.

Se a deficiência em adultos já é grave (vitamina D é preventivo de câncer, de diabetes, de osteoporose, e vários outros), imagine nas crianças onde o corpo está todo sendo preparado para a fase adulto e o envelhecer com saúde!?

Em 2010 surgiram novos valores para a Ingesta diária recomendada (IDR) de Vitamina D e cálcio. A seguir a nova tabela:

Fontes de Vitamina D:

1) SOL: A forma mais fácil de gerar vitamina D, e os dermatologistas que me perdoem, é a exposição ao sol, sem protetor solar, sem a interposição do vidro (por exemplo, do lado de dentro da janela, pois o vidro impede a passagem do raio UV), durante 15 minutos, 3 vezes por semana, em face, braço e colo, que chega a provocar eritema em pele.
2) Fontes alimentares (na tabela abaixo)

Infelizmente as fontes alimentares de vitamina D são apenas os peixes, ovos e fígado.

Um cáculo simples de uma dieta para uma criança entre 2 e 3 anos (pelas nodas IDRs ela precisaria de 15mcg/dia ou 600UI/dia):
  • 1 ovo tem cerca de 26UI de vitamina D que dão cerca de 0,65mcg de vitamina D.
  • 50g de sardinha (e só há boa quantidade de vitamina D em peixes gordos, mesmas fontes de ômega-3, como salmão, sardinha e atum) tem cerca de 2,5mcg de vitamina D.
Somando teriamos 3mcg, e o que ainda faltaria 12mcg para alcançar os 15mcg necessários para uma criança de 2 a 3 anos. Ou seja, a criança precisa consumir ovo e peixe quase diariamente, e para variar, trocar um destes dois por fígado, tomar sol, além de consumir algum alimento enriquecido com vitamina D.

Complicado, pois quem garante que o ovo de granja terá 20UI de Vitamina D ?
Quem garante que sardinhas "possivelmente contaminadas" tenham 2,5mcg de Vitamina D ?
Tem ainda a questão do Ovo ser alergênico...
Portanto dentre as políticas de saúde pública está a fortificação de alguns alimentos com ácido fólico e vitamina D.


Fonte: Vitamin D deficiency in younger women is associated with increased risk of high blood pressure in mid-life

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